A expansão do mercado de energia esse ano deverá ficar por conta do ACL apenas. Leilões de energia para este ano apenas o A-1 de energia existente. Com isso, a fonte eólica deverá encerrar o ano com uma capacidade contratada de 2 a 3 GW, mantendo o volume que o segmento vem reportando nos últimos dois anos. Para 2021 a expectativa é de aceleração pela retomada de leilões de energia nova e a contratação normal do ACL que poderá chegar a 4 GW.
Além dessa perspectiva de expansão, a presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Élbia Gannoum, o país poderá ver uma aceleração na solicitação de outorgas de parques diante do iminente encerramento dos descontos no fio previstos na MP 998.
“Não haverá leilão, provavelmente. A declaração das distribuidoras não foi animadora para este ano”, disse a executiva em coletiva após a abertura da edição 2020 do Brazil Windpower, evento do Grupo CanalEnergia-Informa Markets em parceria com a ABEEólica, que este ano será 100% virtual por conta da pandemia de covid-19. Em 2021, lembrou, “se tivermos a confirmação de um crescimento da economia na ordem de 2,5% poderemos ter leilão e esperamos alguma coisa entre 1 e 2 GW de contratação além dos 2 a 3 GW do ACL”.
A expansão da fonte no mercado livre, continuou a executiva, está resolvida e a declaração do economista Joaquim Levy no primeiro painel do evento deixou-a animada com o futuro. O diretor de Estratégia Econômica no Banco Safra comentou que há interesse do mercado financeiro nas renováveis que são vistas como ativos mais seguros que fontes fósseis e que as taxas de mercado estão mais baixas até que do BNDES a depender do prazo.
Élbia prevê que deverá ocorrer competição entre as modalidades de geração eólica onshore e offshore num primeiro momento com a demanda em menor nível que temos como realidade no país. Mas no médio e longo prazo essa perspectiva e as formas de escoar essa energia devem equacionar essa questão entre as duas formas de gerar energia por meio dos ventos.
Alterações regulatórias
A presidente da ABEEólica comentou que o encerramento dos subsídios no fio não deverá afetar a competitividade da fonte. Em sua análise, como o desconto termina para a fonte incentivada, “a régua de preços será elevada para todas”. Esse fator deverá elevar a expansão no volume de projetos no período devido a uma corrida para a obtenção das outorgas, conforme prevê a MP 998.
“No curto prazo tende a ter mais projetos e depois a curva de expansão]ao volta ao normal”, avaliou. “Torcemos para que a MP 998 seja aprovada ainda este ano mas os PLs (232 e 1917) ficarão para o ano que vem, não há tempo hábil para serem aprovados”, acrescentou.
Sobre a perspectiva de usinas híbridas, tema em consulta pública na Aneel, Élbia disse que a perspectiva é boa para o próximo ano. Há possibilidade de vermos novas iniciativas sendo iniciadas, mesmo com a regulação vigente, antes mesmo dessa mudança na qual a agência reguladora está trabalhando.
Quanto a reforma tributária, Élbia se mostrou a favor por ser esta uma necessidade do país. A questão que a entidade estuda é de quanto será essa conta e como será aplicada a mudança.