O mês de outubro foi o pior em termos de afluências em todo o histórico de 90 anos no Brasil. Foi assim que o Operador Nacional do Sistema Elétrico definiu as afluências do período que se encerra neste sábado, 31 de outubro.
Em três submercados de um total de quatro a energia natural afluente esteve nos primeiros lugares desse incômodo ranking para a geração de energia elétrica. No Sul, a ENA ficou em 21% da média de longo termo, a segunda pior. Mas está no Sudeste/Centro-Oeste o maior problema, em 90 anos esse foi o pior mês em termos de vazões com apenas 53% da média nesse período. O Norte fechou o pódio com o terceiro pior mês do histórico daquela região com 58% da média.
Os dados foram apresentados nesta sexta-feira, 30 de outubro, no segundo dia da reunião para o Programa Mensal de Operação de novembro, mês que inaugura de forma oficial o período úmido 2020/2021.
Para o período, a estimativa inicial do ONS é de que o maior índice de ENA seja verificado no Norte, com 97% da média de longo termo. Depois vem SE/CO com 75% da média histórica, com destaque para a bacia do Tietê que deverá registrar 99% da MLT em novembro. No NE é esperado 67% e no Sul a situação continua pressionada com a previsão do pior nível para um mês de novembro em 90 anos com 28% da média. A previsão é de encerrar novembro com a bacia do rio Iguaçu quase zerada.
Ao mesmo tempo é estimado um crescimento de 2,7% na carga de novembro quando comparado ao mesmo período do ano passado. Há previsão de expansão do consumo em todas as regiões, no Norte 7,4%, 2,7% no SE/CO, 1,9% no Sul e 1,4% no NE. Se as previsões se confirmarem, a demanda ficará em 71.041 MW médios.
O movimento de deplecionamento de reservatórios continua. O destaque está no Sul que poderá perder mais da metade do nível atual, já baixo, e encerrar novembro com apenas 11,5% em todo o subsistema. No SE/CO a previsão é de recuo de 3,7 pontos porcentuais, para 20% do armazenamento máximo. No Norte recuará de 30,4% para 26,8% e no NE está o mais elevado com 45,4% ao final de novembro ante o volume de 56,5% verificado nesta sexta-feira.
Como consequência, o custo marginal de operação médio continua descolado entre o NE que recuou a R$ 150,54 e os demais, que aumentaram a R$ 368,03/MWh. Nesses, o valor da carga pesada está em R$ 378,24, a média a R$ 376,07 e a leve a R$ 360,96/MWh. O valor da carga pesada no NE é menos da metade da leve no restante do país, está em R$ 168,58, a média a R$ 147,32 e a leve a R$ 146,01/MWh.
O que não mudou significativamente é a previsão de despacho térmico que está em 10.282 MW médios, sendo 6.377 MW médios por inflexibildade, 3.718 MW médios por ordem de mérito e 187 MW médios por restrição elétrica. Apesar do comando da geração fora da ordem de mérito autorizada pelo CMSE, o documento do ONS não traz essa informação.