“O intercâmbio de experiências positivas entre países é um dos grandes ganhos do crescente processo de globalização em todos os mercados e no setor elétrico não seria diferente”. A afirmação é de Zhao Jianqiang, chairman e CEO da CTG Brasil, uma das líderes em energia limpa no País. Jianqiang acredita que a troca de conhecimento com a China, por exemplo, país de origem da CTG, pode contribuir para o crescimento do Brasil por meio da geração de energia limpa e para o impulsionamento do setor.
Um exemplo disso é sua visão sobre a necessidade de um olhar integrado no crescimento das fontes limpas na matriz elétrica nacional. “Da minha experiência de mais de 30 anos na China e em outros países, está comprovado que a intermitência de fontes como eólica e solar representa um risco para o abastecimento, principalmente em horários de pico de consumo, que são especialmente expressivos em um país com altas temperaturas como o Brasil. Essas fontes são muito importantes e bem-vindas, mas devem ser adequadamente balanceadas com outras fontes limpas que sejam facilmente despacháveis, como a hidrelétrica”.
Isso ocorre porque as hidrelétricas, além de limpas, funcionam como grandes “baterias naturais” de armazenamento de eletricidade, de modo que seu crescimento deve ser considerado no planejamento energético de longo prazo, em harmonia com a geração eólica e solar, além da biomassa e das termelétricas a gás natural, que também têm papel relevante na matriz nacional.
A modernização de usinas antigas é um dos pontos de atenção. Jianqiang defende a criação de um mecanismo de compensação para que concessionários sejam estimulados a manter as hidrelétricas em bom estado de conservação até o fim do período de concessão. “Investimentos de longo prazo, que beneficiem as usinas após o período de concessão vigente, poderiam ser amortizados pela próxima empresa escolhida para um novo período de concessão. É uma forma de contribuir com o suprimento de energia limpa no País, por meio de usinas sempre confiáveis”, sugere.
Ainda no quesito tecnológico, a CTG Brasil vê a oportunidade de potencializar a geração de energia limpa no País por meio das usinas hidrelétricas reversíveis, já amplamente utilizadas na China e em outros países, como Estados Unidos, Japão e França. Neste formato, as usinas operam com dois reservatórios posicionados em alturas diferentes. À noite, quando a demanda por energia é tipicamente mais baixa, a água é bombeada para o reservatório superior. Esse volume é utilizado para gerar eletricidade nos horários de maior demanda, ao longo do dia seguinte, principalmente quando as fontes eólicas e solares não puderem realizar essa entrega, proporcionando, assim, uma maior eficiência.
A empresa participa atualmente de projeto que visa mapear a viabilidade da implantação de usinas reversíveis no Brasil, em parceria com a EDF Norte Fluminense, Light, Brookfield e PSR, no âmbito do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Energia Elétrica, promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
China e Brasil: benefícios mútuos no setor elétrico
Em seu discurso na abertura de painel sobre a parceria Brasil-China no Enase 2020, Jianqiang citou um ditado que expressa sua visão sobre os ganhos mútuos da parceria entre países. Famoso na China, o provérbio diz que “uma pedra Jade pode ser polida com pedras de outras colinas”. De fato, a China é atualmente o maior parceiro comercial do Brasil e o setor elétrico brasileiro é um dos segmentos mais buscados por investidores chineses.
No caso da CTG, os benefícios desta parceria já vêm de algumas décadas. No início dos anos 90, uma equipe da empresa esteve no Brasil para aprender com a experiência de engenheiros no projeto de Itaipu, antes de construírem na China a usina hidrelétrica de Três Gargantas, hoje a maior do mundo. Recentemente, outro exemplo bem-sucedido do intercâmbio de conhecimento entre os dois países pode ser visto na modernização das hidrelétricas Ilha Solteira e Jupiá. Com investimento total de R$ 3 bilhões, a iniciativa da CTG Brasil é o maior projeto do tipo em andamento no País e emprega mais de 300 pessoas.
Jianqiang também enfatizou a importância da responsabilidade social na cooperação entre os países, destacando como exemplo a doação de equipamentos hospitalares entregues pela CTG ao governo do estado de São Paulo em maio, para auxílio no combate à pandemia de Covid-19. Neste sentido, ele também citou a parceria firmada com o SENAI para a produção local de milhões de testes rápidos para diagnóstico da doença, a partir de tecnologias inovadoras, com investimento total de R$ 2 milhões.
Ainda no Enase, o executivo ressaltou o respeito mútuo entre os dois países com benefícios recíprocos, em um exemplo de união, cooperação e desenvolvimento ao longo de 45 anos de relações diplomáticas. Jianqiang mostrou-se, ainda, otimista com o futuro: “vejo o quanto Brasil e China já aprenderam um com o outro e estou entusiasmado para descobrir nossas próximas conquistas”.
(Nota da Redação: Conteúdo patrocinado produzido pela empresa)