A Enel Distribuição São Paulo registrou queda de 53,1% no lucro líquido acumulado de 2020, para R$ 256 milhões, ante R$ 546,1 milhões no ano passado. O lucro foi afetado pelo resultado operacional menor decorrente dos efeitos da pandemia.
A receita líquida da distribuidora caiu 5,4% nos nove primeiros meses do ano para R$ 16,866 bilhões. Segundo a Enel SP, a redução é resultado do menor volume de energia distribuída, principalmente devido aos efeitos da pandemia da Covid-19. A empresa afirmou que a redução foi parcialmente compensada pelos efeitos da revisão tarifária aprovada em 2019 e do reajuste tarifário desse ano, vigente desde 4 de julho, além das medidas mitigatórias aplicadas pelo governo federal ao setor elétrico nos últimos meses diante dos impactos negativos pandemia, como a liberação de fundos do setor e o uso de encargos setoriais para a adimplência dos clientes baixa renda.
O ebtida da empresa recuou 13% até setembro para R$ 1,367 bilhão. O ebtida é reflexo da menor receita e do maior reconhecimento contábil da inadimplência, principalmente devido ao agravamento do contexto econômico com a pandemia e da paralisação dos cortes por falta de pagamento da conta em determinadas classes de clientes.
Os investimentos da empresa cresceram 10,2% para R$ 716,1 milhões. A venda e transporte de energia caiu 8,2% para 29.712 GWh. As perdas de energia alcançaram 10,42%, como consequência do contexto econômico do período. Já em relação aos indicadores de qualidade, o de duração (DEC), ficou estável em 7,04; e o de frequência de interrupções (FEC), caiu 10,3% para 3,66.
Segundo Max Xavier, presidente da Enel SP, os impactos da pandemia continuaram a repercutir nos indicadores econômicos-financeiros da distribuidora. “Tal situação provocou a contração no volume de energia distribuída, principalmente para as classes comerciais e industriais. Em que pese o cenário desafiador, a concessionária ampliou os seus investimentos em 2020 com foco na modernização e digitalização da rede elétrica, em linha com o compromisso de melhorar continuamente a qualidade do serviço aos nossos clientes, adotou uma série de medidas para facilitar as condições de pagamento da conta de luz e ainda alcançou uma redução do seu endividamento líquido”, afirmou em nota à imprensa.
A dívida líquida da empresa caiu 30% para R$ 3,287 bilhões, em decorrência do pagamentos de dívidas realizados em 2019 e pela geração de caixa acumulada entre os terceiros trimestres de 2019 e 20, favorecida pelo recebimento de recursos da Conta-Covid, que mitigaram os impactos da atual pandemia.