O primeiro parque de geração da AES Tietê a ser hibridizado tende a ser um dos 14 do Complexo Eólico de Alto Sertão II (BA- 386 MW), informou o CEO da companhia Ítalo Freitas, durante teleconferência ao mercado na tarde desta sexta-feira, 6 de novembro. O executivo disse que a empresa já possui planos estruturados para venda de projetos solares junto aos eólicos, sejam operacionais ou em implantação, e que aguarda mais a recente consulta pública criada pela Aneel para avançar.
Segundo ele, a meta da companhia é expandir sua capacidade de geração por fontes não hídricas e com contratos de longo prazo, focando no potencial desenvolvimento de clusters no Rio Grande do Norte por meio do mercado de M&A (fusões e aquisições) e greenfileds, a partir de fatores de complementariedade geográfica e das fontes eólica e solar para serem comercializadas no mercado livre de energia.
“O foco é crescer fazendo um turnaround dos ativos que adquirimos, como Alto Sertão II, que está hoje a 97% de disponibilidade através do nosso conhecimento em gerir ativos renováveis e para o mercado livre, tanto no atacado como no varejo”, define Ítalo, afirmando que diversificar o portfólio é uma das formas de combater o GSF, que continua em paralelo a uma situação hidrológica adversa, além da questão de carga, mas esperando um risco menor para o ano que vem, além de oferta e demanda mais equilibrada.
“Montamos uma equipe de inteligência de mercado que monitora com muita precisão a questão do GSF, levando a exposição para evitar prejuízos”, conta Freitas, destacando uma recuperação de R$ 18 milhões para a empresa ao evitar os impactos da medida, que para ele ainda carece de maior esclarecimento em alguns pontos, como o reajuste dos contratos de aquisição de energia (CAE) e o escoamento da UHE Belo Monte, além de outros.
Plataforma digital para novembro – Outro anúncio realizado na teleconferência foi o lançamento da plataforma digital para comercialização de energia no varejo para esse mês de novembro, no intuito de simplificar a migração dos clientes interessados no ambiente de contratação livre.
“Será um produto aderente ao segmento de clientes varejistas, mais flexível, condições comerciais diferenciadas e com desconto sob a tarifa do mercado regulado, aproveitando a diversificação do nosso portfólio”, define o diretor de relacionamento com o cliente, Rogério Jorge.
A avaliação é de que o diferencial da solução não será a interface web ou mobile para o usuário, o que tecnicamente qualquer corporação pode fazer, mas garantir simplicidade e competitividade para médias e pequenas empresas, que terão acesso ao ecossistema digital a ser alocado junto a expertise trazida da controladora, AES Corp, unificando-a junto com as habilidades locais.
Ademais, Rogério lembrou que o quadro técnico da companhia já possui experiência com a distribuidora que administrou por quase 20 anos, a antiga Eletropaulo, e que estão sendo feitas parcerias com empresas de engenharia com kits prontos das distribuidoras para adequações, além de startups para medição desagregada e diagnóstico de eficiência energética.