Seis dias após o acidente que provocou um apagão de grandes proporções no Amapá, a holding Gemini Energy divulgou nota afirmando que “se sensibiliza com todas intercorrências causadas à população” do estado. A empresa que controla a Linhas de Macapá Transmissora de Energia informou que o restabelecimento da carga nesta segunda-feira, 9 de novembro, estava próximo de 80%, e que os trabalhos seguem sem interrupção para que o abastecimento seja totalmente normalizado o quanto antes.
Com a recuperação de um dos transformadores da subestação Macapá, onde ocorreu o acidente, o suprimento atingiu no fim de semana mais de 60% da carga total. Após afirmar que expectativa era de que o restabelecimento ocorreria até o fim da semana, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse em entrevista hoje que o abastecimento deve ser totalmente retomado em dez dias.
A Gemini atribuiu a recuperação parcial do abastecimento de energia “à existência de um corpo técnico qualificado e pela rápida execução do plano de contingência por parte da LMTE e do grupo de trabalho” formado com o governo. Para garantir a recuperação do transformador, foram mobilizados, no entanto, máquinas e equipamentos pertencentes à Eletronorte.
A empresa destacou que atua no segmento de transmissão desde 2008 e tem experiência em projetos de alta complexidade na Região Norte, ontem é responsável por três concessões. Na nota, ela acrescenta que desde que assumiu a LMTE no início de 2020 realizou “vultosos investimentos em seus ativos.”
Até dezembro de 2019, a transmissora era controlada pela empresa Isolux, que na época estava em recuperação judicial na Espanha. Em maio do ano passado, a LMTE foi multada pela Agência Nacional de Energia Elétrica em R$ 459, 9 mil, após fiscalização relacionada à operação e manutenção. A penalidade foi paga, segundo consta no site da agência reguladora.
Nos últimos dez meses, os esforços teriam se concentrado em estabilizar e reforçar a operação dos ativos, com a aprimoramento de processos conduzido por consultorias como KPMG, Lunarti, Grupo Energia, Oracle e Delloite. A empresa também destacou sua participação em ações conjuntas com BNDES e Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) para o combater à Covid.
Entenda o que aconteceu
Na terça-feira passada, 3 de novembro, a subestação Macapá foi atingida por um raio durante tempestade, que teria provocado uma explosão seguida de incêndio onde foram danificados dois transformadores em operação. Como um terceiro equipamento reserva estava em manutenção, não foi possível restabelecer a energia e o estado ficou desconectado do Sistema Interligado. A ocorrência ainda está sendo investigada pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico.