O crescimento consistente do mercado de veículos elétricos tem surpreendido até os mais otimistas. A Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE) prevê encerrar o ano com 19 mil veículos eletrificados (elétricos e híbridos) vendidos no Brasil, o que corresponde a um aumento de 60% em relação a 2019 e de 378% em relação a 2018.
As vendas de 2020 já superam o volume total de vendas em 2019. Segundo a ABVE, de janeiro a outubro foram emplacados no país 15.565 unidades eletrificadas, contra 11.858 de janeiro a dezembro de 2019. Em 2018, o total foi de 3.970 unidades.
“Considerando que 2019 tinha sido, até então, o melhor ano da eletromobilidade no País, com o triplo de vendas de 2018, o resultado mostra um crescimento forte e consistente desse mercado”, destaca a associação.
Outubro também foi o segundo melhor mês da história da mobilidade elétrica no Brasil, com 2.273 unidades comercializadas, só superado por dezembro de 2019 (2.409).
“Esses ótimos resultados confirmam nossa expectativa de que o mercado de eletrificados no Brasil tende a dobrar de tamanho a cada dois anos, ou menos” – disse Thiago Sugahara, vice-presidente de Veículos Leves da ABVE e executivo da Toyota.
De 2012 até outubro de 2020, a frota eletrificada em circulação no Brasil chega a 38.089 veículos, devendo passar de 41 mil em dezembro.
Os totais referem-se à soma de automóveis e comerciais leves emplacados pelo Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores, do Ministério da Economia).
Os números incluem veículos híbridos (HEV), híbridos plug-in (PHEV) e 100% elétricos (BEV). Excluem ônibus, caminhões e outros veículos elétricos, como motos e e-bikes.
Incentivos fiscais
A ABVE defende um conjunto de medidas que transmitam confiança aos compradores e segurança às empresas que querem investir na eletromobilidade. Entre essas medidas está equiparar as alíquotas de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados ) dos veículos eletrificados ao estabelecer as mesmas condições oferecidas aos automóveis convencionais. Os eletrificados pagam entre 12% e 18% de IPI, em média, enquanto um carro flex 1.0 a combustão paga apenas 7%.
“Defendemos igualdade de condições aos veículos eletrificados, que são muito mais eficientes e menos poluentes do que qualquer similar convencional com motor a combustão; é uma questão de justiça tributária” – afirmou o diretor da ABVE Thiago Sugahara.
A ABVE propõe também incentivos a instalação de redes de recarga elétrica nas principais cidades e rodovias e isenção do IPVA cobrado sobre veículos eletrificados (hoje, menos de dez Estados brasileiros têm leis com esse objetivo).