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O estado do Amapá poderia gerar 15 milhões de metros cúbicos de biogás por ano, a partir de resíduos sólidos urbanos e rejeitos da piscicultura, produzindo energia térmica suficiente para abastecer 11,8 mil residências ou 50 mil pessoas. O cálculo foi feito em estudo do Instituto Escolhas, em parceria com o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás).

O trabalho indica uma capacidade de geração a partir do energético de 31.136 MWh, montante suficiente para abastecer toda a população do município de Laranjal do Jari, terceiro maior do estado. Uma possibilidade seria usar essa energia para atender indústrias locais, como as do peixe e do açaí.

Atingido por um blecaute após acidente ocorrido no dia 3 de novembro, o estado enfrenta situação de racionamento, mais de uma semana depois da ocorrência. O fornecimento de energia tem seguido um sistema de rodízio implantado pela Companhia de Eletricidade do Amapá, que não tem funcionado como deveria,  segundo denúncias da população.

Na ausência de alternativa renovável para aumentar a segurança do suprimento, o Ministério de Minas e Energia autorizou a Eletronorte a contratar geradores a diesel para suprimento termelétrico. Estão previstos inicialmente 40 MW, mas a contratação pode atingir até 180 MW.

“Não é aceitável que pessoas ainda passem por uma calamidade energética. Sem contar a situação das comunidades ribeirinhas, para quem a falta de energia é usual. Temos alternativas locais, como é o caso do biogás, que poderia aliviar essa situação e ainda alavancar atividades da bioeconomia, como o açaí e o pescado”, afirma a gerente de Projetos e Produtos do Instituto Escolhas, Larissa Rodrigues.

O novo trabalho  do instituto sobre o biogás deve ser publicado em dezembro. Ele traz dados do potencial de geração da fonte também nos estados do Amazonas, Roraima e Rondônia. A organização considera as projeções feitas no estudo ainda conservadoras, porque não incluírem o potencial de outras matérias-primas orgânicas na produção de biogás, e pretende apresentar, já no inicio de 2021, um mapa completo do potencial de produção na Amazônia, considerando também resíduos de mandioca.

Em agosto desse ano, a instituição divulgou um primeiro estudo sobre o tema, no qual considera o uso do biogás como uma possível chave para destravar o processo de desenvolvimento econômico e social da Região Norte. O trabalho, que foi entregue ao vice-presidente Hamilton Mourão, concluiu que seria possível produzir 461,3 mil metros cúbicos de biogás por dia apenas com resíduos sólidos de aterros sanitários, e abastecer mensalmente 190 mil residências com consumo médio de energia elétrica de 150 kWh.

(Nota da Redação: matéria ajustada às 10:56 do dia 16 de novembro de 2020 para ajuste do título)