O Plano da Operação Elétrica de Médio Prazo do SIN (PAR/PEL) na versão 2021 a 2025 deverá levar a investimentos da ordem de R$ 12,8 bilhões no país. O conjunto de obras indicado neste ciclo soma 3 mil quilômetros de novas linhas de transmissão e 22.275 MVA de acréscimo de capacidade transformadora em subestações novas e existentes. Esses empreendimentos representam um acréscimo da ordem de 2% na extensão das linhas de transmissão e de 5% na potência nominal instalada em transformadores da Rede Básica e da Rede Básica de Fronteira, em relação à rede existente, considerando também as obras já outorgadas.

Desse montante, continua o ONS, R$ 5,4 bilhões referem-se a novas obras propostas. Além disso, de acordo com o banco de preços da Aneel, são estimados mais R$ 6,8 bilhões em investimentos que já serão objeto do próximo leilão de transmissão nº 01/2020, previsto para ocorrer em 4 dezembro de 2020, cujo edital a agência reguladora aprovou na última terça-feira, 10 de novembro.

De acordo com o documento do Operador, para os dois primeiros anos do ciclo, há a indicação de soluções e/ou medidas operativas, tais como: a necessidade de instalação de Sistemas Especiais de Proteção (SEPs), alterações na configuração da rede ou o despacho de geração térmica por restrições elétricas. Para os outros três anos a análise está voltada à adequação do cronograma de obras e identifica quais empreendimentos que, já determinados pela Empresa de Pesquisa Energética, devem sofrer alteração da data de necessidade ou até mesmo uma recomendação para a EPE definir uma nova solução estrutural.

Nos próximos cinco anos é o estado de São Paulo que deverá receber o maior volume de investimentos, cerca de R$ 3,5 bilhões. Em seguida aparecem Bahia e Rio Grande do Sul, com aportes previstos em R$ 2,5 bilhões e R$ 1,8 bilhão, respectivamente. Somente esses três representam mais de 60% de todo o investimento previsto no plano.

O destaque no aumento dos limites de transmissão das interligações entre os submercados está na elevação da capacidade de exportação da região Nordeste. O plano indica que passará de 6 mil MW médios para 14,5 mil MW médios entre os anos de 2021 e 2025. Além disso, o aumento na capacidade de exportação da região Norte também representa um destaque no PAR/PEL 2020, com um ganho significativo da ordem de 2,3 mil MW médios, após a entrada em operação de um novo eixo em 500 kV entre as SEs Xingu, Serra Pelada, Itacaiúnas e Miracema.

Em relação à previsão de carga do SIN, o documento do ONS indica que é projetado um crescimento da ordem de 20% para o ano de 2025, quando comparado à máxima verificada em 2019. As variações estimadas vão desde uma expansão de 26% para a região Norte a até a mínima de 18% de aumento para as regiões Sudeste e Centro-Oeste.

Todas as indicações fazem parte do Sumário Executivo do plano, disponível para download no site do ONS. Contudo, há um conjunto mais amplo de volumes. Sao eles o Volume I: Plano Elétrico de Médio Prazo das Instalações de Transmissão do SIN apresenta o conjunto de obras; Volume II: Evolução dos Limites de Transmissão nas Interligações Interregionais; e o Volume III: Análise de Desempenho e Condições de Atendimento a cada Área Geoelétrica do SIN.

No PAR/PEL 2020 está sendo proposta a implantação de 24 novos Sistemas Especiais de Proteção – SEPs, a adequação de sete SEPs existentes e a possibilidade de desativação de oito SEPs, em função da entrada em operação de novos empreendimentos.

O ONS relata que tem sido um enorme desafio para o planejamento setorial e para a operação do SIN tem sido lidar com os inúmeros empreendimentos que entram em operação em datas muito diferentes à data da outorga, seja por antecipações ou atrasos. Nesse contexto, aponta a publicação, a partir de um levantamento realizado desde o ano de 2010, foi possível identificar um expressivo aumento de antecipações.

“A partir de 2016, tivemos 21 empreendimentos antecipados em cerca de dois meses. Já em 2019, esse número chegou ao pico de 65 empreendimentos e até setembro de 2020 atingiu 50 empreendimentos, com uma média de antecipações de 14 e 18 meses, respectivamente”, relata.

Amapá
Nos últimos dias, o Amapá tem sido alvo das atenções por conta do apagão que durou por mais de uma semana na maior parte dos 16 municípios daquele estado depois da ocorrência de um incêndio de grandes proporções na subestação que conecta o estado ao SIN.

Apesar disso, para aquele estado no período até 2025, o sumário executivo não apresenta novas obras de reforço na transmissão. Para março de 2023 há a estimativa de término da LT 230 kV Jurupari – Laranjal do Jari C3, CS – 105 km de extensão outorgada à AMAPAR – Transmissora AMAPAR SPE. Que interligará com a SE 500/230 kV Jurupari – 3º AT – 3 x 150 MVA da Linhas de Xingu Transmissora de Energia, previsto para o final de 2021. Este segundo ativo está localizado no estado do Pará.

De acordo com a publicação essa obra evitará sobrecarga no equipamento remanescente, na contingência de um dos circuitos existentes entre as SEs Jurupari e Laranjal e de um dos ATs 500/230 kV existentes na SE Jurupari, respectivamente, considerando cenários de geração elevada nas UHEs Cachoeira Caldeirão, Ferreira Gomes, Coaracy Nunes e Santo Antônio do Jari, as quatro UHEs que estão localizadas naquele estado.