A Eletrobras encerrou o terceiro trimestre com lucro líquido de R$ 96 milhões, uma retração de 87% quando comparado ao mesmo período do ano passado. O resultado ebitda (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recuou 29% nessa mesma base para R$ 2 bilhões, levando a margem desse indicador a 26%, 12 pontos porcentuais abaixo do reportado pela empresa em 2019. Já o ebitda recorrente recuou menos, 18%, para R$ 3,2 bilhões e a margem ficou em 47%, 6 p.p. a menos.

O volume de energia vendida para geração recuou 4%, para 35,6 GWh, nesse volume não é considerada a energia alocada para quotas das usinas renovadas pela lei 12.783/2013.De julho a setembro a receita bruta aumentou 2%, para pouco mais de R$ 9 bilhões, mesmo índice da receita operacional líquida, que ficou em R$ 7,4 bilhões.

No ano a empresa acumula ganhos de R$ 5 bilhões, redução de 34% quando comparado a janeiro a setembro de 2019. O resultado ebitda encerrou o período em R$ 12,5 bilhões, aumento de 78% com margem de 49%, 14 p.p. acima do aferido em 2019. O ebitda recorrente ficou 12% menor com R$ 8,8 bilhões e margem de 45%, sendo 4 p.p. menor.

Nos nove meses a empresa vendeu 1% a menos de energia com 103 GWh. A receita bruta no período aumentou 21%, para R$ 30 bilhões e a operacional líquida em teve elevação de 25%, para R$ 25,5 bilhões.

A receita trimestral de geração recuou de R$ 6,1 bilhões para R$ 5,3 bilhões em 2020. No ano esse volume também caiu, de R$ 17 bilhões para R$ 16 bilhões. Já a receita de transmissão aumentou, no trimestre alcançou R$ 3,6 bilhões e no ano quase dobrou, para R$ 13,5 bilhões.

De acordo com a empresa, em seu comunicado à imprensa, “Os números foram influenciados, principalmente, pela redução da receita de geração de energia devido a término de contratos no ambiente regulado, paradas das usinas de Angra 1 e Angra 2 e Candiota III, além da queda de preços no mercado livre em função da pandemia”, explicou o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, que também destacou o aumento de provisões operacionais de R$ 910 milhões.

Comparado com o mesmo trimestre do ano passado, o grande impacto foi notado em provisões operacionais que ficaram em um patamar R$ 770 milhões mais elevado.

As empresas Eletrobras geraram 148.678 GWh de energia no período, o equivalente a cerca de 34% da energia gerada no país. Com capacidade instalada de 51.301 MW, a Eletrobras detém aproximadamente 30% da capacidade do Brasil. Na transmissão, em que as empresas Eletrobras são responsáveis por 43,9% do país, a companhia atingiu o melhor resultado de disponibilidade operacional de linhas de transmissão em um terceiro trimestre desde 2015, registrando 99,96% de disponibilidade. Há três anos não há desligamentos de grande porte originados nas empresas Eletrobras.

Os investimentos da companhia no trimestre somaram R$ 681 milhões, 19% a mais do que em 2019. Na base anual o valor está 21% menor, em R$ 1,4 bilhão. O número de empregados com o qual a empresa encerrou setembro é de 12.547, 9% a menos quando comparado ao mesmo final de 2019.

A dívida bruta da empresa somava R$ 50,2 bilhões e a recorrente, que exclui o repasse da RGR para a CCEE em R$ 49,1 bilhões ao final do trimestre, já a líquida estava em R$ 23,3 bilhões.