A Energisa reportou um lucro líquido consolidado mais de 10 vezes acima do reportado no terceiro trimestre do ano passado. A companhia encerrou setembro com ganhos de R$ 921,7 milhões. O resultado ebitda ajustado ficou em R$ 1,4 bilhão, aumento de 38,2%. A receita operacional líquida somou R$ 4,3 bilhões, elevação de 4,8% na mesma base de comparação.
No ano o lucro da empresa é de R$ 1,4 bilhão, mais de sete vezes o reportado ao final de setembro de 2019. O resultado ebitda ficou em R$ 3 bilhões, elevação de 10,8% e a receita em R$ 12,4 bilhões, recuou de 0,6%. Esses ganhos, continua a empresa, derivam de efeitos não recorrentes.
A empresa já havia divulgado que seu mercado de energia cresceu 2,7% no trimestre e recuado 0,6% no acumulado do ano. As perdas totais somaram 5.950 GWh em setembro de 2020, representando 13,8% da energia injetada, estável em relação a junho de 2020, e 0,20 ponto percentual superior ao mesmo período do ano passado.
As perdas no nível comercial do grupo registrou, neste terceiro trimestre, em comparação com o segundo, um crescimento de 6,5 GWh. Apesar deste aumento, explica a empresa que controla 11 distribuidoras pelo país, o resultado sinaliza uma redução na trajetória de crescimento das perdas, uma vez que a variação entre o segundo e primeiro trimestres foi de 82,2 GWh.
Essa elevação, aponta a empresa, carrega os efeitos causados pela pandemia da covid-19. As restrições derivadas da pandemia, os efeitos previstos na Resolução Normativa ANEEL nº 878, somados aos decretos Estaduais e Municipais resultaram na suspensão da emissão de faturas de irregularidade e na redução significativa das ações de combate às perdas a partir do segundo trimestre, com reflexos relevantes nos indicadores de perdas.
No trimestre a companhia reportou que a taxa de inadimplência consolidada dos últimos 12 meses, foi de 1,57%, ainda refletindo o impacto das restrições às medidas de redução de recebíveis da pandemia, em especial a proibição à suspensão do fornecimento.
A comercializadora do grupo realizou vendas 3,2% inferiores ao verificado no mesmo trimestre do ano passado. Embora o desempenho tenha sido melhor do que o do trimestre anterior, a companhia atribui à pandemia o impacto no volume das vendas de energia. No acumulado do ano, contudo, o índice de crescimento é de 17,4%, para 3.962 GWh.
Os investimentos da companhia somaram R$ 646,5 milhões, redução de 25,7% e o que leva essa linha do balanço no ano a pouco mais de R$ 2 bilhões, retração de 6,3%. O endividamento da companhia ficou em R$ 13,6 bilhões, aumento de 5,7% ante setembro de 2019. A relação dívida líquida por ebitda ajustado ficou em 3,3 vezes, menor em 0,4 vezes do que no trimestre anterior.