O presidente do Grupo Energisa, Ricardo Botelho, divulgou mais informações sobre a Voltz, “primeira fintech do setor elétrico” com previsão de lançamento ainda em 2020. A fintech Voltz foi anunciada brevemente em evento virtual exclusivo aos investidores do grupo e fechado à imprensa, em 6 de outubro de 2020.

“Estamos em fase de construção dessa fintech. Temos um time que está trabalhando no desenvolvimento do produto. Será um aplicativo que vai ser lançado e por trás dele tem leque de serviços que inicialmente vamos oferecer aos nossos clientes das nossas áreas de concessão, fornecedores e colaboradores”, disse o executivo em teleconferência com analistas na última sexta-feira, 13 de novembro.

A plataforma faz parte de um plano maior de diversificação dos negócios do Grupo Energisa, batizado de “Energia 4.0”. A estratégia compreende ampliar a atuação do grupo investindo em áreas como geração distribuída, armazenamento de energia, eficiência energética, O&M de ativos elétricos para terceiros, comercialização de energia e automação industrial. O público alvo serão os clientes com CNPJ, inclusive do mercado cativo.

A reportagem apurou que a fintech está registrada como Voltz Capital S/A (CNPJ 35.905.872/0001-83), com data de abertura em 6 de janeiro de 2020. O quadro societário é formado por Ricardo e Maurício Botelho, além dos diretores Daniel Abadi Orlean e Tiago Lins de Albuquerque Compagnoni. Já existe uma página ativa como https://contavoltz.com.br/ para coletar e-mails.

Os executivos Orlean e Campagoni foram eleitos diretores da Energisa em 4 de maio de 2020, durante Assembleia Geral Extraordinária (AGE). A ata foi publicada no diário oficial no dia 3 de junho de 2020.

Procurada, a Energisa informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o produto está sendo finalizado e será lançado posteriormente. “Por isso, não falaremos nesse momento”, manifestou-se em mensagem de e-mail.

Na teleconferência na última sexta-feira, 13, porém, Ricardo Botelho disse: “Estamos ativamente envolvidos na construção dessa empresa […] Temos uma expectativa muito positiva que ela vai gerar valor para os nossos clientes e para o grupo.” O serviço de educação financeira também poderá ser oferecido pela plataforma.

Digitalização

No Energisa Day em 6 de outubro, Ricardo Botelho disse: “Na Energisa temos a consciência de que a regulação e o monopólio da distribuição não devem servir como escudos para uma experiência ruim do cliente”.

Também destacou que repensar o negócio começa e termina no cliente. “Tenho certeza que a régua do cliente mudou” e que hoje os consumidores de energia comparam os serviços de fornecimento de eletricidade com os demais oferecidos em outros segmentos. Disse que o processo de digitalização não pode ser uma “digitalização burra”, mas sim trazer mais comodidade e gerar mais valor para os clientes e para aos acionistas.

Botelho disse que a Energisa tem um potencial de 20 milhões de clientes que podem escolher outros serviços do grupo. “O nosso olhar vai para além da nossa área de concessão”, frisou durante o evento de outubro.

Energia solar para pessoas físicas

O Banco Inter, sediado em Belo Horizonte, em conjunto com a Energisa e a Alsol, iniciou em outubro passado um modelo pioneiro de venda de energia para pessoas físicas no Estado de Minas Gerais. Segundo Ricardo Botelho, também sem dar muitos detalhes, disse que o banco pretende vender energia da Alsol, braço da Energisa para investimentos em energia solar.

O negócio está em operação (ramp up). A energia vendida pelo banco virá de parques solares em Minas Gerais. “Vamos dedicar alguns dos parques solares para esse segmento de pessoa física, alugueis de cotas feitas em conjunto com o Banco Inter”, disse durante a teleconferência.