O governo do Paraná informou que irá instalar painéis fotovoltaicos em 246 edificações do estado a partir do ano que vem, sendo 208 escolas municipais e outros prédios públicos de sete municípios, num investimento estimado em R$ 45,7 milhões e que prevê a autossuficiência energética para as unidades. O anúncio foi feito na última segunda-feira, 16 de novembro, pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, durante a abertura do Greenbuilding Brasil 2020.
“Criar soluções para o bom aproveitamento da água e da energia é uma necessidade. Estamos enfrentando a maior crise hídrica dos últimos 100 anos no estado e sabemos que haverá impacto da falta de água na oferta de energia em um futuro próximo”, disse o governador, afirmando que a ideia é contar com a colaboração da iniciativa privada e organizações não governamentais para expandir a iniciativa para até cinco mil prédios públicos
O projeto é fruto de uma parceria entre a Copel, o Paranacidade, órgão da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbanos e Obras Públicas, a Fomento Paraná e a Green Building Council Brasil (GBC Brasil). Nesse primeiro momento, o aporte contempla as cidades de Balsa Nova, Fazenda Rio Grande e São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba; Cascavel e Foz do Iguaçu, no Oeste; e Maringá e Paranavaí, no Noroeste. Desse total, R$ 28 milhões são destinados a fundo perdido pela Copel.
Os recursos são provenientes do Programa de Eficiência Energética (PEE) da Aneel que atende ao contrato de concessão de distribuição de energia e a Lei 9.991/2000 – o qual obriga a destinação de 0,5% da Receita Operacional Líquida (ROL) a projetos de eficientização no uso final da energia.
Já a Fomento Paraná, em parceria com o Paranacidade e a Secretaria do Desenvolvimento Urbano e de Obras Públicas irão disponibilizar R$ 17,7 milhões para que os municípios usem como contrapartida na execução do projeto. O valor vem do Sistema de Financiamento dos Municípios (SFM).
A previsão é de que todo o investimento se pague em três anos, tornando a iniciativa autossustentável não apenas do ponto de vista energético, como também financeiramente e até educativo, na medida em que a proposta de uma vida mais sustentável se multiplique através das escolas, buscando novos caminho para o futuro.
Autoconsumo – As 208 escolas municipais selecionadas vão aderir ao conceito de zero energia, ou seja, toda a eletricidade consumida nesses locais será produzida pelas placas fotovoltaicas instaladas nos telhados das edificações, já que o sistema foi dimensionado para gerar a mesma quantidade de energia que é consumida no período de um ano.
Para chegar a esse resultado, foi feita uma espécie de auditoria, com a proposta de primeiro diagnosticar e reduzir o consumo de iluminação, ar condicionado e outros aparelhos, para então iniciar a produção de energia renovável. “É uma forma de empregar os recursos de forma mais inteligente, com a redução do consumo antes mesmo de iniciar o processo de geração”, explicou Guido Petinelli, sócio-diretor da Petinelli Engenharia, empresa que ajudou na elaboração do projeto.
Em Balsa Nova, o projeto Vai Além contempla as escolas municipais, os prédios da prefeitura, da Câmara de Vereadores, algumas unidades de saúde e ginásios esportivos. Toda iluminação pública do município será substituída por um sistema mais eficiente, com a previsão de troca de 2.111 lâmpadas e instalação de uma fazenda solar offsite. A cidade, que tem cerca de 15 mil habitantes, deverá economizar R$ 840 mil ao ano na conta de luz, recurso que corresponde a 11% do orçamento municipal para a educação.