A Enel projeta investimentos diretos e indiretos de até 190 bilhões de euros no período 2021-2030. A companhia italiana apresentou nesta terça-feira, 24 de novembro, seu plano que tem como foco a aceleração da transição energética ao lado do crescimento sustentável. O grupo planeja investir diretamente cerca de 160 bilhões de euros, dos quais mais de 150 bilhões de euros por meio do modelo de negócios classificado como Ownership e cerca de 10 bilhões de euros por meio do modelo de negócios classificado como Stewardship , enquanto catalisa cerca de 30 bilhões de euros de terceiros, nesse segundo modelo.
Desse valor, 46% serão destinados à geração, com as fontes renováveis totalizando cerca de 70 bilhões de euros, que deverão gerar cerca de 120 GW de capacidade instalada até 2030, 2,7 vezes superior aos cerca de 45 GW atualmente instalados no modelo Ownership. Mais da metade dos projetos, com 53% são da fonte solar e 47% da eólica. A companhia aponta que tem um pipeline de mais de 140 GW em novos projetos. Ao total a empresa projeta encerrar o ano de 2030 com mais 25 GW no modelo Stewardship.
Outros 46% são projetados para Infraestrutura e Redes, cuja meta é a de melhorar qualidade e resiliência, novas conexões e digitalização de infraestrutura, resultando em uma Base de Ativos Regulados do Grupo (RAB, na sigla em inglês) de cerca de 70 bilhões de euros em 2030, alcançando mais de 90 milhões usuários finais 100% digitalizados por meio de medidores inteligentes.
O restante valor refere-se a Clientes. Nesse campo estão destinados aportes que visam a eletrificação e serviços.
Quanto ao investimento no modelo de negócio de Stewardship, modelo que catalisa investimentos de terceiros em parceria com a Enel ou onde as plataformas são geradoras de negócios, estão previstos aportes de 10 bilhões de euros de forma direta mais 30 bilhões de terceiros, principalmente relacionados com Energias renováveis, juntamente com fibra, e-transporte e flexibilidade.
Entre as grandes métricas apresentadas pelo CEO Francesco Starace, no evento anual Capital Markets Day, que este ano ocorreu de forma virtual, diretamente da sede da empresa, em Roma (Italia), o grupo projeta alcançar uma redução de 80% nas emissões diretas de CO2 em relação a 2017 (iniciativa Science-Based Targets, certificado SBTi). A companhia afirmou ainda o adiantamento em três anos de sua saída da geração a partir de carvão para 2027 ante a previsão inicial de 2030. A descarbonização total é projetada para 2050.
Plano 2023
Para o final de 2023 o plano da empresa é de investir diretamente cerca de 40 bilhões de euros, dos quais cerca de 38 bilhões de euros por meio do modelo de negócios Ownership e cerca de 2 bilhões de euros por meio do modelo de negócios Stewardship, nesse modelo de parcerias, a previsão é de que haja 8 bilhões de euros de terceiros. A taxa de crescimento dos investimentos em relação ao plano anterior deve ficar em torno de 36%.
Mais da metade é dedicada à geração, com cerca de 17 bilhões de euros em fontes renováveis. Assim a empresa deverá alcançar uma capacidade consolidada instalada geral de 60 GW até 2023, crescimento de 33% em relação a 2020. Com isso, a perspectiva é de que as emissões de CO2 deverão diminuir em mais de 30% no período.
Para o negócio de Infraestrutura e Redes o plano prevê 43% do valor. Com esses aportes a Enel espera o RAB do grupo aumente em 14% em relação a 2020, atingindo cerca de 48 bilhões de euros em 2023. Já o restante do valor refere-se a Clientes. A previsão é de o valor no segmento B2C (Business to Customer) aumente cerca de 30%. Já no B2B é de cerca de 45%, graças à eliminação das tarifas reguladas, principalmente em Itália, e a eletrificação das tendências de consumo de energia que exigirão serviços “além das commodities”.
Os cálculos da empresa apontam que o resultado desses investimentos levará, em todos os negócios, a um crescimento de dois dígitos no período do plano de três anos.
A capacidade renovável gerenciada deve atingir cerca de 8 GW em 2023, mais que o dobro em relação a 2020. Além disso, com a Enel X, o grupo pretende aumentar o número de ônibus elétricos em mais de 6 vezes para cerca de 5.500 unidades em 2023, bem como aumentar a capacidade de resposta à demanda para 10,6 GW (1,8 vezes a mais em relação a 2020) e a capacidade de armazenamento para 527 MW (4,2 vezes maior quando comparado a 2020). E ainda, a empresa deverá alcançar cerca de 780.000 pontos de carregamento públicos e privados disponibilizados em todo o mundo, um volume, se confirmado, 4,5 vezes a mais do que em relação a 2020.