O Brasil continua a ser o principal destino dos investimentos da Enel no plano que contempla aportes de 2021 a 2023. Para esse período a empresa manteve o nível de capex em mais de 5 bilhões de euros, cerca de 50% do destinado a toda a América Latina.

A empresa não detalhou a perspectiva de aplicação desses recursos em entrevista coletiva promovida nesta terça-feira, 24 de novembro, em decorrência do evento anual Capital Markets Day, que este ano ocorreu de forma virtual. Apesar disso, o CEO da empresa, Francesco Starace, disse que hoje a empresa olha mais para geração do que para ativos em distribuição.

Contudo, quando questionado sobre os processos de venda de concessionárias de distribuição que estão em andamento por aqui, disse que a empresa deve avaliar as distribuidoras à venda.

“Hoje nossa posição é de adicionar mais geração ao nosso portfólio, mas olhamos os ativos, que devem fazer sentido. Nem todos são interessantes para nós por conta de sua localização geográfica no país”, afirmou ele. “Mas olhamos tudo que estiver disponível, mas nem sempre é interessante por conta da expectativa irrealista da parte que quer vender o ativo”, acrescentou o executivo.

O CFO da companhia, Alberto De Paoli, lembrou ainda que a empresa está na expectativa das conversas com a Agência Nacional de Energia Elétrica, assim como todo o segmento de distribuição, acerca das regras para a RTE que deverá ocorrer por conta dos impactos da covid-19.

Ele classificou como relevante o impacto da pandemia no Brasil por mais de uma vez durante o evento realizado pela empresa. Mais cedo, disse que a companhia vê a demanda em recuperação.

A América Latina, estimou a Enel, é a região do mundo que mais deverá aumentar a participação no resultado operacional da Enel no período do plano. A companhia estima que sairá de um índice de 25% do ebitda global – projetado para 2020 – e alcançará 33% desse índice em 2023. Em redes e em geração renovável é esperado um aumento desse resultado operacional.