O reservatório hidrelétrico da Pedra (20 MW), localizado em Jequié (BA), atingiu no último domingo, 29 de novembro, cerca de 62% de seu volume útil, fazendo a Chesf reduzir a vazão liberada de 150 metros cúbicos por segundo (m3/s) para 60 m3/s, com a finalização do vertimento, devendo permanecer neste valor até nova avaliação, informa a companhia.
A análise é baseada na previsão meteorológica de ocorrência de chuvas fracas na Bacia Hidrográfica do Rio Contas, que possui tempo de resposta muito rápido às ocorrências de chuvas, com consequente elevação de vazões que podem vir a ocasionar a formação de cheias repentinas e de pico elevado.
Desta forma, a operação com aumento gradual das vazões defluentes, iniciado no último dia 18, foi efetuada obedecendo às regras de preservação e segurança da barragem e da população ribeirinha, uma vez que a região encontra-se no início do período de chuvas, que se estende até o final de abril, devendo ser resguardado um volume vazio no lago para amortecimento de possíveis cheias.
Segundo a Chesf, novembro trouxe chuvas acima da média em toda a rede de postos hidrométricos na Bacia. Entre os dias 18 e 30, foram observadas vazões da ordem de 600 m3/s nas localidades de Areião e Lagoa do Tamburi, no trecho do rio localizado antes da barragem da Pedra, com a UHE liberando um máximo de 400 m3/s.
No trecho situado abaixo do reservatório foram registradas vazões máximas da ordem de 800 m³/s na cidade de Jequié, e 700 m³/s, na cidade de Ipiaú, ambas na Bahia. Esses números, superiores às defluências praticadas na usina de Pedra, foram ocasionadas em virtude da contribuição dos afluentes do Rio de Contas situados após a represa.
Sobradinho – Na manhã dessa terça-feira, 1º de dezembro, o diretor de Operação da Chesf, João Henrique Franklin, afirmou que também haverá redução da vazão de Sobradinho a partir do dia 2 de dezembro, inicialmente para 1.400 m³/s, chegando ao patamar de 1.100 m³/s, no dia 3, e permanecendo assim até nova avaliação.
O diretor destacou o cenário favorável do reservatório, que se encontra com aproximadamente 51,17% de sua capacidade, o que é considerado bom para o aguardado período de chuvas. “É um cenário diferente daquele que atravessamos em 2015, quando chegamos a 1% à época”, lembrou.
Franklin também destacou que o Nordeste está exportando energia elétrica para as regiões Sul e Sudeste, assim como essas localidades ajudaram no período de seca dos anos anteriores na região, e que com a geração eólica em alta, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) pode tomar essa decisão de reduzir a produção de energia pelas hidrelétricas.
O executivo acrescentou que a situação, entretanto, é variável e poderá haver novo aumento de vazão dentro dos patamares operativos regulares, a depender do nível das chuvas – que têm boas perspectivas segundo os institutos de meteorologia. “Passamos muitos anos com o rio seco, agora o Rio São Francisco está reocupando sua calha”, finaliza.