A Comissão de Licitação analisou e aprovou a documentação e as garantias financeiras depositadas pelos proponentes participantes do leilão de privatização da concessionária de energia elétrica do Distrito Federal, CEB Distribuição. A sessão pública, que poderá ser acompanhada pela TV B3, será realizada sexta-feira, 4 de dezembro de 2020, com início às 8h, na B3 – Brasil, Bolsa, Balcão.
Segundo comunicado publicado pelo BNDES nesta quinta-feira, 3 de dezembro, a Comissão “considerou atendidos os requisitos do instrumento convocatório por todas as proponentes para a participação no Leilão Nº 01/2020-CEB-D.” O certame começará com a abertura de propostas econômicas. Em caso de mais de uma concorrente, a disputa poderá ir para lances a viva-voz.
Segundo o BNDES, a CEB está avaliada em R$ 1,4 bilhão, “valor estimado a partir de duas análises econômico-financeiras independentes”. A concessionária atende mais de 1 milhão de unidades consumidoras no DF, com cerca de três milhões de pessoas em uma área de 5,8 mil km2.
Alguns nomes de potenciais compradores são especulados pelo mercado. Pela sinergia com a Enel Goiás, o Grupo Enel se posiciona como potencial concorrente. No entanto, a imagem da empresa foi arranhada com o embate público travado com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM-GO).
Quem também sinalizou que está interessada em oportunidades de crescimento via aquisições foi a Equatorial Energia, reconhecida por recuperar concessões críticas como Cemar e Celpa.
A Equatorial Energia encerrou o terceiro trimestre de 2020 com R$ 7 bilhões em caixa consolidado e uma relação dívida líquida/EBITDA consolidado igual a 2,1x. A empresa também está muito próxima de concluir todos os projetos de transmissão de energia que estão em construção.
Em teleconferência em 16 de novembro, o diretor presidente, Augusto Paz Junior, disse que a Equatorial também estuda oportunidades no segmento de distribuição, seja extraindo valor das atuais concessões (principalmente no estado do Pará), seja participando do leilão da Companhia Energética de Brasília (CEB). “Não decidimos se vamos ou não participar. Eu diria que a gente está em uma fase de análises internas.”
Outros dois fortes concorrentes, segundo a reportagem apurou, seriam EDP e a CPFL Energia, porém, essas duas empresas estão atentas a privatização da CEEE, no Rio Grande do Sul. A EDP é sócia da Celesc em Santa Catarina e a CPFL já atua no RS por meio da RGE. Uma fonte contou que as três empresas que estão disputando são: CPFL, Equatorial e Neoenergia.
A contratação do BNDES para coordenação e execução do processo de privatização de CEB-D ocorreu em agosto de 2019, em um contexto no qual a companhia estava apresentando uma série de inadimplementos a parâmetros regulatórios de qualidade na prestação dos serviços e de robustez econômico-financeira.
Essa situação gerava risco de perda da concessão para fornecimento do serviço. Caso esse risco se materializasse, além de perder a oportunidade de monetização do ativo, haveria perspectiva de ônus para CEB-D da ordem de R$ 1 bilhão.