O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou em entrevista coletiva na última segunda-feira, 7 de dezembro, que não existe nenhuma possibilidade de racionamento ou de blecaute em razão da crise hídrica que reduziu o nível de armazenamento dos reservatórios das hidrelétricas. Albuquerque disse que a situação está sendo acompanhada pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico e que desde outubro, quando os dados mostraram as condições críticas das principais bacias do Sistema Interligado, o MME e os órgãos do setor elétrico começaram a tomar medidas para preservar os reservatórios.
O secretario de Energia Elétrica do MME, Rodrigo Limp, destacou que outubro e novembro foram os piores anos de todo o histórico de chuvas de 90 anos. Caso se confirmem as projeções feitas até agora, as três regiões manterão esse recorde negativo em dezembro.
Limp explicou que o país tem segurança no abastecimento de energia elétrica, mas foram necessárias medidas para enfrentar o problema. Desde 16 de outubro, o Operador Nacional do Sistema Elétrico tem acionado todo o parque térmico disponível, o que significa que o despacho está ocorrendo fora da ordem de mérito, com as térmicas mais caras sendo demandadas.
O Brasil também passou a importar energia adicional da Argentina e do Uruguai e teve que avançar sobre restrições hidraulicas de algumas usinas, sendo a primeira delas a hidrelétrica de Furnas. No caso do empreendimento está prevista, a utilização de volumes adicionais de água para maior geração desde meados do mês passado.
Em reunião extraordinária no dia 27 de novembro, o CMSE anunciou a flexibilização de restrições hidráulicas de Itaipu para aumentar a geração das UHEs Tres Marias,, Sobradinho e Xingó, na bacia do São Francisco, de Ilha Solteira e Três Irmãos.
Na semana passada, a Agência Nacional de Energia Elétrica determinou a aplicação da bandeira vermelha patamar 2, para sinalizar aos consumidores que o custo da energia está mais elevado em razão das condições hidrológicas. A bandeira de dezembro vai resultar em custo adicional na conta de energia de R$ 6,243 a cada 100 kWh consumidos.