O consumo de gás natural no país em nove meses está 14,15% abaixo do volume consumido de janeiro a setembro de 2019, informou nesta terça-feira, 8 de dezembro, a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás).

Em nove meses, foram consumidos 53,2 milhões de metros cúbicos dia da molécula neste ano, contra 62 milhões m³/dia em igual período em 2019. Considerando a mesma base de comparação, olhando para o consumo da geração termelétrica, principal consumidor de gás natural, a queda é de 15,51%.

Em setembro, foram consumidos 52,1 milhões m³/dia de gás natural, valor 29,56% menor do que em setembro de 2019. A retração mais expressiva de consumo no mês, frente ao mesmo mês de 2019, foi na geração termelétrica: 55,1%, caindo de 30,88 milhões de metros cúbicos/dia para 13,85 milhões de metros cúbicos/dia.

“O Brasil precisa rever urgentemente o seu planejamento energético. A redução do despacho em setembro mostra que já passou da hora o planejamento da inserção das termelétricas a gás natural na base do sistema elétrico, com usinas de uso contínuo e capilarizadas nas diversas regiões do País”, escreveu, em nota a imprensa, o presidente executivo da Abegás, Augusto Salomon.

“Essa política de Estado não só vai ajudar a preservar os reservatórios das hidrelétricas. Também ajudará a dar maior previsibilidade ao preço da energia elétrica no mercado de curto prazo – o PLD está acima de R$ 600,00 – e vai garantir a segurança energética de que o País precisa em um cenário de crescimento da novas fontes renováveis e intermitentes, além de servir como âncora para viabilizar os gasoduto que vão interiorizar o gás. Esse aperfeiçoamento é fundamental nessa fase de debate sobre o PL do Gás Natural em tramitação no Senado Federal”, completou.

No mês de setembro, o consumo do segmento industrial subiu apenas 0,5% em relação na comparação mensal, saindo de 26,83 milhões de metros cúbicos/dia (em agosto) para 26,95 milhões de metros cúbicos/dia (em setembro), ainda abaixo dos 27,38 milhões de metros cúbicos/dia registrados em setembro do ano passado.

“Em setembro, o crescimento mais expressivo – de 17,5% — é do segmento comercial, que inclui bares, restaurantes e shoppings. Com as medidas de flexibilização, esses negócios voltaram a operar por mais horas, o que aumenta a demanda de gás, especialmente na cocção de alimentos. Mas nosso levantamento revela que o consumo está 21,4% abaixo do registrado em setembro de 2019, ou seja, ainda está distante da normalidade. A alta tímida da indústria e do segmento automotivo sinaliza que essa recuperação da atividade tende a ser mais gradual, descontadas as sazonalidades”, explica o presidente executivo da Abegás.