A Isa Cteep estará presente no próximo leilão do governo para contratação de novas infraestruturas de transmissão de energia elétrica, a ser realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no próximo em 17 de dezembro de 2020. A companhia informou também que está muito atenta às novas tendência do mercado de eletricidade, em busca de oportunidades que possibilitem a continuidade do crescimento sustentável das receitas e dos lucros na próxima década.
A corporação é responsável por transportar 33% da energia do país e reuniu nesta quarta-feira, 9 de dezembro, toda a diretoria executiva para apresentar ao mercado o plano estratégico 2030. Cabe lembrar que as transmissoras são remuneradas pela disponibilidade de seus ativos.
As estratégias da companhia, disseram os gestores, compreendem a busca constante por eficiência operacional, análise criteriosa na alocação de capital e investimentos em digitalização. A empresa tem acumulado bilhões em caixa e mantido uma alavancagem baixa, o que garante acesso a capital competitivo para financiar as decisões de investimentos.
Em 2028, chegará o fim a indenização pagar pelo Governo Federal por ativos não amortizados, receita conhecida pelo mercado de energia pelo acrônimo RBSE. Até lá, disse Alessandro Gregori Filho, diretor executivo de Finanças e RI, a estratégia será investir esses recursos em projetos rentáveis que garantam a sustentabilidade dos resultados positivos.
Sobre oportunidades de M&A, a diretora executiva de Estratégia e Desenvolvimento de Negócios, Silvia Diniz Wada, disse que a empresa está estudando oportunidade de aquisições, incluindo uma a avaliação de ativos geridos por empresas estatais do setor elétrico que, eventualmente, possam ser objeto de privatização nos próximos 2 anos.
A empresa prefere projetos que tenham sinergia com os ativos existentes da Isa Cteep e que tenham uma boa relação risco-retorno. “Sempre estamos avaliando e faremos os investimentos desde que sejam atendidos os critérios de investimento sustentável”, disse Wada.
A executiva destacou que a empresas negociou um de seus terrenos com a prefeitura de São José dos Campos (SJC), no valor de R$ 73,5 milhões. O projeto “Linha Verde” é uma iniciativa pioneira de urbanismo e mobilidade, aterrando linhas de transmissão e criando um corredor que ligará as regiões Sul, Leste e Central da cidade de SJC.
A empresa também contratou uma consultoria para realizar estudos para entender como aproveitar as oportunidades de negócio em dez terrenos que possui. Os negócios podem ou não envolver a compactação e digitalização de subestações, e aterramento de linhas de transmissão como alternativa para viabilizar o potencial de aproveitamento dos terrenos.
Não por acaso, a Isa Cteep anunciou no início de dezembro que comprou a Piratininga – Bandeirantes Transmissora de Energia (TBTE), empresa que administra 30 km de linha subterrâneas. O negóciou custou R$ 1,6 bilhão. A operação está prevista para ser concluída em 2021.
Dayron Moreno, diretor Executivo de Projetos, destacou a experiência de uma companhia global nesse tipo de tecnologia. “Contamos com os melhores parceiros para execução desse tipo de projeto”, afirmou.
Silva Wada reforçou que a corporação também está estudando formas mais eficientes de aproveitar seus ativos imobiliários. Além disso, na área de geração distribuída, a intenção é usar o expertise técnico para viabilizar a prestação de serviços distribuídos de energia.
A empresas está construindo 10 ativos de transmissão no momento, cujo investimento está estimado em R$ 5 bilhões. Além disso, a Isa Cteep vai investir mais R$ 1 bilhão em reforços e melhorias na rede existente.
A estratégia para os ativos greenfield, por sua vez, inclui um modelo de precificação eficiente para participação em leilões, antecipação de obras e contratações de insumos de forma centralizada buscando economias de escala.
A empresa já distribuiu R$ 594 milhões em dividendos aos seus acionistas neste ano – 37% do lucro líquido regulatório aferido de janeiro a setembro de 2020. Nas próximas semanas a Isa Cteep garante que anunciará um novo pagamento de proventos aos seus acionistas.
“A ideia é que continue distribuindo esse nível de 75% do lucro líquido regulatório”, disse o diretor financeiro.
Leilão
O próximo leilão de transmissão reúne ativos com previsão de R$ 7,4 bilhões em investimentos e geração de 15.434 empregos diretos. Serão negociados 1no certame 11 lotes, com a contratação de 1.958 km de novas linhas de transmissão e 6.420 megavolt-ampères (MVA) em capacidade de transformação. O leilão está previsto para 17 de dezembro na sede da B3, em São Paulo.
(Nota da Redação: a matéria foi atualizada às 12:30 do dia 14 de dezembro de 2020 para correção de informações imprecisas ao longo do texto)