A Enel Green Power anunciou o início da construção de cinco novos empreendimentos na região Nordeste. São quatro parques eólicos e um solar, que somam 1,3 GW de nova capacidade. A estimativa do Grupo Enel é de que o investimento somará ao todo cerca de R$ 5,6 bilhões na construção dos empreendimentos, ou US$ 1,1 bilhão.
No Piauí, a empresa está construindo o parque eólico Lagoa dos Ventos III (396 MW) e o parque solar São Gonçalo III (256 MW). Os outros três projetos eólicos – Morro do Chapéu Sul II (353 MW), Cumaru (206 MW) e Fontes dos Ventos II (99 MW) já estão sendo construídos.
Os novos parques serão apoiados, principalmente, por contratos de fornecimento de energia negociados com clientes corporativos no mercado livre. A previsão é de iniciar a operação em 2021, com exceção de Lagoa dos Ventos III, que deverá entrar em operação comercial em 2022. Segundo dados da empresa, quando estiverem em plena operação, os cinco novos parques serão capazes de gerar mais de 5,5 TWh de energia por ano.
No Piauí estão Lagoa dos Ventos III (396 MW) com investimento de cerca de US$ 353 milhões, o que elevará a capacidade total do complexo a cerca de 1,1 GW, o outro é São Gonçalo III (256 MW), cujo aporte previsto é de US$ 142 milhões, onde se encontra o parque solar São Gonçalo, de 608 MW. Destes, 475 MW já estão em operação e uma expansão de 133 MW está em fase final de construção. Com a adição do novo projeto de 256 MW, a capacidade instalada total de São Gonçalo, que é o maior parque solar da América do Sul, alcançará cerca de 846 MW.
Já na Bahia está Morro do Chapéu Sul II (353 MW), na mesma região do empreendimento Morro do Chapéu Sul (172 MW), cuja operação começou em janeiro de 2018. A construção exigirá um investimento de US$ 340 milhões.
No cluster de São Miguel do Gostoso (RN) está Cumaru (206 MW) que demandará um investimento de US$ 184 milhões. Já Fontes dos Ventos II (99 MW) está localizado em Pernambuco, investimento de cerca de US$ 84 milhões. Nessa região está o primeiro parque híbrido solar-eólico do país, da própria EGP.
Em seu comunicado à imprensa, a companhia aponta que foram adotadas diversas soluções para melhorar a segurança, qualidade e eficiência das obras, incluindo dispositivos de segurança ativa, máquinas automatizadas, drones, assistência remota e ferramentas digitais para apoiar as atividades diárias dos canteiros. Além disso, destaca a adoção de rigorosos protocolos de segurança diante da pandemia. O objetivo é o de garantir a necessária proteção aos trabalhadores envolvidos na construção bem como a comunidades onde os parques estão sendo instalados.
A empresa, ressalta a EGP, estabeleceu diretrizes rígidas para viagens, que incluem quarentena preventiva quando o trabalhador se desloca para cidades fora da região da obra, intensificou a sanitização de suas instalações, veículos e dos ambientes nos canteiros de obra e implementou medidas para garantir práticas de trabalho seguras. No canteiro de obras dos parques, a rotina das equipes e as operações foram estruturadas para manter o distanciamento social. E ainda, conta que tem realizado, quinzenalmente, campanhas massivas de testagem que envolvem todos os colaboradores que trabalham nos canteiros.
Em apresentação online sobre o início da construção, a responsável pela EGP no Brasil, Roberta Bonomi, afirmou que a empresa mantém como foco o desenvolvimento de projetos onshore. Segundo a executiva, apesar das perspectivas para os projetos offshore, ainda há, segundo ela, “muita terra no Brasil a ser desenvolvida, diferentemente da Europa, onde a expansão para projetos no mar são a alternativa”.
Apesar dessa visão, a EGP monitora essa modalidade de geração que considera ainda muito cara para a realidade nacional.
No Brasil, o Grupo Enel tem uma capacidade total instalada renovável de cerca de 3,4 GW, dos quais 1.210 MW são de fonte eólica, 979 MW de solar e 1.269 MW por meio da fonte hídrica.