O Ministério de Minas e Energia lançou nesta quarta-feira, 16 de dezembro, a versão final do Plano Nacional de Energia 2050. O documento aponta para um horizonte de longo prazo de “abundância e diversidade de recursos energéticos, tanto fósseis como renováveis”, que vão superar significativamente a demanda interna.
O PNE trabalha com dois grandes cenários. O primeiro deles é o Desafio da Expansão, que reflete os requisitos para atendimento de um crescimento mais expressivo do consumo por energia. Esse cenário considera a realização de reformas importantes e crescimento médio do PIB de 3,1% ao ano. A demanda energética pode aumentar 2,15 vezes, enquanto a demanda por energia elétrica especificamente pode crescer 3,3 vezes.
No cenário de Estagnação são analisadas as consequências de um ambiente onde o consumo per capita mantém-se inalterado ao longo do tempo, com menor pressão sobre a expansão. O crescimento projetado, neste caso, é de pouco mais de 10% no horizonte de 30 anos.
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, destacou em entrevista coletiva que o plano terá um processo de continuo aperfeiçoamento, com edições revistas a cada cinco anos. Ao falar na matriz para 2050, o ministro afirmou que no mundo em geral ela será mais renovável, e o Brasil é privilegiado, com uma participação de 85% desse tipo de fonte. O desenho tecnológico será importante para manter a matriz limpa e renovável, observou Albuquerque.
“O que a gente vê nisso aí, não precisa ser um expert, é que as fontes renováveis tem crescido sobremaneira. No plano anterior, em 2005, não se falava nem de eólica e solar. Essas fontes já representam mais de 10% da matriz.”
As diretrizes estratégicas do PNE incluem manter o setor energético brasileiro renovável; desenvolver soluções de baixo carbono para a transição energética; limitar as emissões do parque termelétrico a carvão ao nível atual; promover a recuperação energética de resíduos sólidos urbanos (RSU) e também da agropecuária; aproveitar os recursos do petróleo, ampliando a exportação; promover a eletrificação no setor de transportes; fortalecer a bioenergia e a biotecnologia; investir em novas usinas nucleares; garantir condições para a integração das fontes eólica e solar fotovoltaica no sistema elétrico; desenvolver o mercado de gás natural; manter o aproveitamento dos recursos hidrelétricos, incluindo PCHs; investir em em eficiência energética; expandir e modernizar os ativos de transmissão; substituir a geração a diesel nos sistemas isolados e modernizar o parque hidrelétrico existente.
Veja a integra do PNE 2050.