O governo projeta voltar a realizar dois leilões de transmissão de energia no ano de 2021, como normalmente ocorreria este ano se não fosse a pandemia de covid-19. Por enquanto, o que se tem de concreto é a perspectiva de colocar em disputa R$ 1 bilhão em projetos em meados do próximo ano. O volume de lotes e investimentos do evento que é previsto para daqui a cerca de 12 meses ainda é incerto, mas deverá contar com projetos que deveriam ter entrado já neste ano e que foram retirados por conta da retração da economia.

De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética, os projetos que não entraram em disputa este ano somariam cerca de R$ 7 bilhões. Agora esse montante deverá ser repartido entre os certames de 2021 e de 2022, mas ainda sem previsão de quanto para cada ano.

“Esse leilão era metade do que era pensado anteriormente, ainda há outros R$ 7 bilhões em projetos que o MME vai reavaliar o cronograma”, destacou o diretor de Estudos de Energia Elétrica da EPE, Erik Rego. “Ainda não temos como saber como será a divisão desses lotes ao longo dos dois próximos anos”, acrescentou ele.

Um dos pontos que ainda não têm definição também é o reforço do sistema de abastecimento do Amapá que ganhou notoriedade no mês de novembro quando um apagão deixou todo o estado com fornecimento irregular. Neste assunto a EPE está trabalhando no detalhamento ante um cronograma classificado por ele como desafiador.

No momento, comentou ele, a EPE trabalha para terminar os estudos e depois entregar o resultado do Ministério de Minas e Energia que, por sua vez, passará à Aneel para ver como e quando realizar o leilão. E acrescentou que no longo prazo, o PDE 2030 aponta para aportes em transmissão da ordem de R$ 30 bilhões.