O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, garantiu em entrevista à Tv Senado que não há risco de desabastecimento de energia elétrica no país em consequência da redução drástica dos níveis dos reservatórios a partir de outubro desse ano. Albuquerque lembrou que a geração termelétrica foi ampliada para abastecer o sistema e preservar a água das hidrelétricas, e esse processo será adequado com o retorno das chuvas.
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico terá nova reunião extraordinária no fim da tarde desta sexta-feira, 18 de dezembro, para reavaliar as condições de atendimento ao Sistema Interligado, anunciou o ministro. Essas reuniões tem sido frequentes nos últimos dois meses, desde que o sistema passou a operar com térmicas a plena carga, sem observar a ordem de custo, e com energia importada da Argentina e do Uruguai.
“Essa pandemia é excepcional e não sabíamos como íamos lidar com ela. Conseguimos fazer isso. O sistema é capaz, e o que ocorreu no Amapá eu considero um caso isolado que pode ocorrer em qualquer lugar do mundo. É inaceitável, mas pode ocorrer. Nós mantemos um monitoramento permanente do setor “, disse Albuquerque, ao ser questionado sobre os riscos de falta de energia.
O ministro reforçou que o planejamento tem que manter a matriz renovável e limpa. Lembrou que as fontes eólica e solar surgiram recentemente e já tem participação de 10% na matriz, enquanto as hidrelétricas respondem por cerca de 65%. Isso explica a importância de térmicas em funcionamento para preservar os reservatórios.
Para o ministro, a expansão projetada de 3% ao ano nos próximos dez anos será importante para o país diversificar as fontes de energia. Além das renováveis, a geração nuclear será importante como fonte complementar ao sistema. No caso do Brasil, a participação desse tipo de usina não deve passar de 4%, disse o ministro.