O consumo de energia elétrica no Brasil atingiu 40.986 GWh no mês de novembro de 2020, redução de 1,8% em relação ao mesmo período de 2019. Essa foi a primeira queda na demanda total desde agosto, puxada pelas classes comercial e outras, em especial nas regiões Sudeste e Nordeste, informa a resenha mensal da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). No acumulado do ano soma-se 473.062 GWh, demonstrando uma variação negativa de 1,6% e revertendo pela primeira vez desde agosto a tendência observada de atenuação das reduções.

Com 3,6%, a indústria apresentou o maior consumo no mês desde 2014, seguindo em expansão pelo quarto mês consecutivo em todas as regiões do país, com destaque para Sul, com 6,1% e Sudeste, 3,5%. Novamente os segmentos metalúrgico e fabricação de produtos minerais não metálicos foram os responsáveis pelos maiores incrementos no consumo, seguidos pelo segmento de produtos químicos.

Já a demanda residencial teve aumento 2,8%, depois de uma sequência de quatro meses com crescimento elevado. Ainda que se considere a taxa de cerca de 4%, ajustada de modo que o ciclo de faturamento atual fique equivalente ao do ano anterior, o aumento em novembro foi mais moderado que nos últimos meses.

Os desempenhos mais fracos foram nas regiões Sudeste e Sul, com 0,5% e 1,9%, onde temperaturas mais amenas, principalmente no SE, contribuíram para arrefecer o consumo. As demais regiões apresentaram crescimento acima da média nacional: Nordeste, 4,5%, Centro-Oeste 7,2% e Norte 10,9%.

Por sua vez o consumo comercial continua sendo afetado pelo distanciamento social imposto pela pandemia, variando negativamente em  12,2%. Além disso, a classe também sofreu o impacto de temperaturas mais brandas no período, provenientes do fenômeno climático La Niña. Todas as regiões apresentaram retração, sendo as maiores no Sudeste e Nordeste com 14,4% e 13,9%.

As regiões do país registraram desempenho heterogêneo quanto ao consumo total, com o Norte variando 2,8% positivamente, acompanhado pelo Sul, com 0,9% e pelo Centro-Oeste, com 0,6%, enquanto o Nordeste e o Sudeste registraram desempenho negativos de 4,1% e 2,9%. Em variação absoluta do consumo, os destaques foram o SE, com recuo de 605 GWh, praticamente revertendo o avanço que havia registrado em outubro, e o NE, com queda de 301 GWh.

Quanto às modalidades de contratação, o mercado livre apresentou crescimento de 8,7% no mês, enquanto o consumo cativo das distribuidoras de energia elétrica recuou 7%.