Um dos negócios mais esperados no plano de desinvestimento da Cemig, a venda da participação da estatal mineira na Light, ganhou forma. Na noite da última quarta-feira, 6 de janeiro, ambas as empresas publicaram Fatos Relevantes onde divulgam a oferta pública de ações ao mercado. Pela Cemig, ocorrerá a venda de todas as suas 68.621.264 ações ordinárias de emissão da Light. A operação é formada ainda pela emissão de um volume adicional de novas ações igual ao que a mineira venderá, totalizando 137.242.528 de ações ordinárias de emissão da empresa sediada no Rio de Janeiro.
O valor potencial do negócio poderá ser de mais de R$ 3,2 bilhões, considerando a cotação das ações da Light ao fechamento do pregão na B3 nesse mesmo dia, de R$ 23,48 por papel.
Em seu comunicado, a Cemig renunciou ao direito de prioridade na subscrição das ações da Oferta Primária, confirmando assim que deixará o bloco de comando da elétrica fluminense. A aprovação dessa venda deu-se em reunião do conselho realizada em 5 de janeiro. A Cemig detém 22,58% do capital social da Light e é o maior acionista individual na companhia elétrica que tem atualmente 303.934.060 ações.
Por sua vez, a Light informou que o Preço por Ação na operação e a aprovação do aumento de capital da companhia, dentro do limite do capital autorizado estabelecido no artigo 5º do Estatuto Social, serão aprovados em reunião do conselho de administração a ser realizada após a conclusão do Procedimento de Bookbuilding, que é a coleta de intenções de investimento manifestada por agentes de mercado.
A Oferta Restrita – venda das ações da Cemig – será realizada exclusivamente para os acionistas, no âmbito da Oferta Prioritária e caso haja ações remanescentes após o atendimento da Oferta Prioritária, será a vez de investidores profissionais. Ainda de acordo com os termos, os acionistas que venham a participar exclusivamente da Oferta Prioritária não participarão do Procedimento de Bookbuilding e, portanto, não participarão do processo de determinação do Preço por Ação.
A coordenação será do Itaú BBA (líder), do BTG Pactual, do Santander, XP Investimentos Corretora e do Citigroup Global Markets Brasil. A Oferta Primária – das novas ações que serão emitidas – será realizada sob responsabilidade do Coordenador Líder, do BTG Pactual, do Santander e da XP, e a Oferta Secundária será realizada sob a responsabilidade do Citi.