Olá, esse é um conteúdo exclusivo destinado aos nossos assinantes
Cadastre-se GRATUITAMENTE ou faça seu LOGIN e tenha acesso:
Até 5 conteúdos
fechados por mês
Ficar por dentro dos cursos e
eventos do CanalEnergia
Receber nossas newsletters e
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
Notícias abertas CanalEnergia
ou
Já sou cadastrado,

O ano de 2021 chegou e na ata da reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico, o CMSE, a principal decisão é a manutenção da geração termelétrica fora da ordem de mérito, apesar de agora limitada a 16,5 mil MW médios. Essa ação vem em decorrência dos atuais níveis de armazenamento nas hidrelétricas. No mês de dezembro a bandeira tarifária era a de mais elevado patamar, a vermelha 2. Fatores como este levaram ao aumento da desconfiança de que o país poderia sofrer um novo apagão. Contudo, a consultoria PSR descarta essa hipótese devido à situação estrutural do sistema e a expectativa de chuvas para o período úmido, que se encerra em abril para as principais bacias do sistema.

Na edição mais recente da publicação mensal Energy Report, de dezembro, a consultoria afirma que apesar de níveis de reservatórios e Energia Natural Afluente (ENA) baixos, a chance de o governo decretar um novo racionamento e enfrentarmos os problemas no atendimento aos requisitos de potência do sistema inexiste.

“A sobreoferta existente, ampliada pela crise da covid-19 que resultou na redução no consumo de energia elétrica, e a nova oferta que deve entrar em 2021 fazem com que o risco do governo decretar um racionamento de energia em 2021, visto hoje, seja nulo”, aponta a PSR.

De acordo com a empresa, apesar dos valores estarem baixos para a época do ano, o que diferencia o momento é a situação estrutural do sistema. Na publicação, a consultoria cita as simulações feitas, problemas para o atendimento aos requisitos de potência do sistema no verão podem ocorrer se a ENA for menor que 67% da MLT em janeiro ou 59% em fevereiro ou se ocorrer uma demanda de ponta superior a 93 GW em janeiro ou 94,5 GW em fevereiro.

Contudo, reforça que, ainda assim, a probabilidade destas ocorrências é muito baixa. “Segundo nossos estudos quantitativos. Porém, naturalmente, este tema deve ser monitorado com atenção ao longo dos próximos meses, visando ações preventivas caso alguma “luz amarela” acenda”, sugere.

Um cálculo da consultoria aponta que o país conta com excedente para o atendimento à demanda. Essa sobra física estrutural é classificada como “muito grande” para os próximos anos. Por isso, estruturalmente, o sistema consegue atender, com folga a carga de energia requerida pelo sistema dentro dos critérios de planejamento oficialmente definidos. A PSR cita ainda que já em termos de soma pura de certificados de garantia física já outorgados (que possuem distintos critérios de suprimento), o balanço comercial indica um excesso ainda maior, cerca de 18% médios no período de 2021 a 2024.

Mesmo com a sobreoferta sistêmica, continua, a combinação dos baixos níveis dos reservatórios com as atuais afluências faz com que o sistema fique sensível às afluências de curto prazo e variações da demanda, o que, naturalmente, tem seus reflexos no âmbito comercial, mais notadamente quanto ao acionamento de bandeiras tarifarias, preços e tarifas de energia, GSF e despacho térmico.

Para a PSR, as questões conjunturais podem afetar o atendimento de curto prazo em situações extremas, dependendo da combinação de vários fatores, como o estoque de água nas UHEs, hidrologia e crescimento da demanda. “Portanto, uma avaliação do risco de suprimento de energia precisa ser realizada de forma dinâmica e probabilística, simulando o comportamento do sistema para um conjunto de vazões extremas e representando, em detalhes, toda a dinâmica do processo que representaria decretar um racionamento”, indica.

Com os dados do PMO de dezembro de 2020 e de Janeiro de 2021, a análise da consultoria acerca da possibilidade de um racionamento. Por outro ângulo, aponta que mesmo se a afluência fosse equivalente a 61% da média histórica no SIN de janeiro a abril, seria o pior valor para o período, praticamente igual ao registrado no ano de 1971. Ainda assim, aponta que há um risco de racionamento muito pequeno e que demandaria redução de demanda de energia em valores abaixo de 1% da demanda.

Ou seja, na sua avaliação “um racionamento com essa profundidade não seria justificado, dado que outras medidas menos drásticas podem ser tomadas para recuperar os níveis dos reservatórios como, por exemplo, as campanhas de conscientização para redução do consumo de energia realizadas frequentemente em muitos outros países”.

Em relação ao atendimento da potência, ou mais conhecido pico de demanda, partir do deck de dezembro de 2020, o resultado obtido de ocorrer qualquer problema ficou menor que 0,5%. Mesmo com um aumento de 2GW médios o índice ficou em 2,3% de ocorrer falha de suprimento de potência em janeiro e 0,5% em fevereiro.

Contudo, ao analisar os cenários hidrológicos simulados observou que é possível que haja algum problema de suprimento de potência se as afluências forem menores que 67% da MLT em janeiro e 59% em fevereiro. ou se ocorrer uma demanda de ponta superior a 93 GW em janeiro e 94,5 GW em fevereiro, valores acima do valor máximo registrado no SIN, de 90,5 GW no dia 30 de janeiro de 2019.