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O Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia iniciou na manhã desta segunda-feira, 18 de janeiro, o primeiro pregão para a negociação de contratos de derivativos. A sessão ocorre sete meses após a empresa receber o aval da Comissão de Valores Mobiliários para atuar como balcão organizado desses contratos. Foram transacionados 27.384 MWh em 16 operações feitas por nove comercializadoras e um volume financeiro de cerca de R$ 7 milhões.
As empresas que realizaram negócios hoje autorizaram formalmente a divulgar os respectivos nomes. Foram elas América, Apolo Comercializadora, Capitale, Comerc, Delta, Kroma, Libra, Matrix e Newcom. Os negócios são feitos por meio da Plataforma Derivativos da BBCE que possibilita em um ambiente único a negociação e o registro de derivativos de balcão de energia, sejam eles padronizados ou não. Os contratos são de liquidação semanal tendo como base o PLD.
Na avaliação do CEO do BBCE, Carlos Ratto, houve negociações logo nas primeiras horas do dia. Apesar de ser um número não tão expressivo é o primeiro evento essa natureza. A operação, disse ele, começou com 20 empresas habilitadas a negociar os derivativos de energia. Todas são comercializadoras que estão habituadas a atuar no ambiente do BBCE. Inclusive, nesse grupo há empresa de fora do grupo de sócios do BBCE, mas apenas um cliente, como se refere a um usuário da plataforma.
“Nem todos habilitados negociaram, mas esse é o início, começamos agora a formar esse mercado. É natural que tenhamos mais comercializadoras nesse momento”, comentou ele. “Temos 200 empresas que negociam na plataforma do mundo físico de energia, então, representa 10% de nossos usuários. A tendência é de que as empresas no mercado físico também atuem em derivativos”, acrescentou Ratto.
Durante o evento de abertura do pregão, houve uma convergência de opiniões de que com essa nova frente o mercado físico e o financeiro possam se aproximar cada vez mais. Que trará liquidez ao setor e atrairá agentes do setor financeiro. Uma dessas avaliações veio do CEO da PSR, Luiz Barroso, lembrando que esse passo viabiliza a separação do mercado físico de energia do financeiro, uma das bases da CP 33.
Com os contratos derivativos, continuou o executivo da consultoria, o mercado tem a possibilidade de formar curvas futuras de preços da energia e com isso permite que agentes possam fazer marcação a mercado de suas posições, exemplificou.
O mercado financeiro deverá ser uma segunda onda de adesões ao mercado de derivativos do BBCE. Ratto comentou que bancos e fundos, inclusive, já entraram em contato para obter mais informações junto à empresa. “Essa deverá ser a tendência, mas é importante que cada passo dado seja consistente”, disse.
Ao longo dos sete meses desde que o BBCE obteve a autorização, Ratto comentou que a empresa focou seus trabalhos no desenvolvimento da estrutura de governança e de sistema para oferecer maior segurança e funcionalidade aos agentes. Foram testes de capacidade, de volume e alterações de acordo com a interação feita com traders para o desenvolvimento da performance e melhorias de interface.
O mercado de derivativos chega no BBCE uma semana depois da organização ter alcançado seu recorde histórico de negociações em um ano, conforme disse o CEO à Agência CanalEnergia. Desde sua fundação, em 2012, até hoje passaram pela plataforma mais de 200 mil contratos e 500 mil GWh de energia transacionados.
(Nota da Redação: Matéria alterada em 18 de janeiro de 2021 às 20h 26 minutos para a inclusão de dados referentes às operações realizadas neste primeiro dia de negociações)