A S&P Global Ratings informou na última quarta-feira, 19 de janeiro, que os ratings da Light Serviços de Eletricidade S.A.não foram afetados pelo anúncio de que a Light S.A., controladora da Light Sesa, concluiu a precificação de uma oferta restrita de ações, que será efetuada em 22 de janeiro de 2021. A transação envolve a distribuição primária de 68,6 milhões de novas ações ordinárias emitidas pela Light S.A. e venda secundária de igual montante pela Cemig ao preço de R$ 20 por ação.

A expectativa é que a Light utilize os recursos brutos de R$ 1,372 bilhão para reduzir seu endividamento, amortizando as dívidas mais caras, e para reforçar sua posição de caixa. A capitalização deve fortalecer as métricas de crédito da empresa dentro do seu atual perfil de risco financeiro, avaliado como significativo. A oferta secundária de ações resulta na saída da Cemig da base de acionistas da Light, na qual detém uma participação de 22,58%. Em seu balanço, a Cemig já reportava esse investimento como ativo mantido para venda.

Além dos recursos provenientes da oferta primária de ações, a S&P considera os recursos recém-recebidos pela Light Sesa no valor de R$ 336 milhões referentes ao encerramento da demanda judicial indenizatória contra Furnas. Com isso, a posição de caixa confortável do grupo, que totalizou aproximadamente R$ 3 bilhões ao fim do terceiro trimestre de 2020 e que inclui a maior parte dos recursos da Conta-Covid, contribui para fazer frente às suas dívidas de curto prazo, de R$ 2,4 bilhões, e aos impactos indiretos da pandemia, aliviando pressões de liquidez e proporcionando maior folga para as suas cláusulas contratuais restritivas.