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O mês era julho, o Brasil vivia em pleno crescimento dos números de covid-19, a demanda por energia começava a mostrar sinais de que tinha alcançado o ponto mais baixo da curva decrescente. Foi com esse cenário que por si só era desafiador que a Ibitu Energia, a empresa resultante da compra da Queiroz Galvão Energia pela gestora Castlelake iniciou suas operações. Em um balanço desse primeiro semestre a companhia aponta como a sua principal conquista a melhoria na disponibilidades de seus ativos de geração. Outro efeito foi o acréscimo de cerca de 200 MW no pipeline de projetos, aumentando a carteira para 1,2 GW.

O CEO da empresa Gustavo Ribeiro comemorou esse marco da atuação da empresa. Ele lembrou que quando chegou à companhia os ativos que somam 832 MW de potência instalada apresentavam um índice de disponibilidade de 80% e que o trabalho inicial era o de elevar esse índice que é considerado baixo. Hoje, afirmou ele, está em 98%.

Para alcançar essa melhoria de desempenho a Ibitu colocou em andamento dois planos. Um, o chamado Recovery, para a recuperação da disponibilidade dos projetos e que envolveu a troca do operador dos parques por meio de um contrato com a Vestas que assumiu as máquinas Alstom e Suzlon da geradora.

“Pegamos os ativos com 80% o índice de disponibilidade e em seis meses alcançamos 98%, é uma evolução expressiva”, avaliou o CEO Gustavo Ribeiro.

O segundo pilar continuou ele, é o plano de melhoria e reformas de engenharia onde foram mapeados a gestão de risco e a operação dos parques. Houve o investimento na substituição do sistema Scada pelo da Elipse. Além disso, a Ibitu passou a utilizar drones com inteligência artificial para monitoramento das linhas de transmissão. Essa ação em particular, destacou Ribeiro, ajudou a dinamizar o monitoramento e a manutenção desses ativos que chegam a até 80 quilômetros de extensão, em muitas vezes, cortando lugares acidentados e de difícil acesso.

Outro foco de atuação da empresa está no desenvolvimento de novos projetos com foco no mercado livre. A companhia, apesar de buscar a habilitação junto à EPE para os leilões de energia nova, não acredita, neste momento, que haja estímulo à declaração de demanda por parte das distribuidoras.

“Estamos vivendo claramente uma segunda onda da pandemia no Brasil, as incertezas são grandes, as distribuidoras buscam reduzir sua sobrecontratação neste momento, ainda não sabemos o efeito da pandemia sobre a economia e a demanda, só saberemos quando passar, e ainda podemos ter mais à frente outros leilões para atender os prazos, como o A-4 a até A-1”, analisou.

Por essa situação que o país vive, a Ibitu, até por ser naturalmente uma empresa que atua no mercado livre, calcula ser a segunda maior geradora no ACL que tem ativos em operação no país, tem seus esforços direcionados para esse ambiente.

O plano de investimento estimado pela companhia em meados de 2020 estava em R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões para os cinco anos. O patamar de aportes continua o mesmo, mas Ribeiro ressalta que não há um compromisso firme com volumes ou investimentos. “Nossa meta é ser rentável, seja por novos projetos ou ativos brownfield, mas esse mercado secundário não está por enquanto com muitas oportunidades atrativas então o caminho mais viável no curto prazo, apesar de processos de M&A, é o greenfield“, apontou.

Segundo ele, os aportes futuros da empresa estará divididos em igual proporção entre as fontes solar e eólica. Ele ressalta que não há uma preferência, que ambas devem ser alvo da companhia. A geração por vento, obviamente, centrada no Nordeste, mas a solar poderá ser distribuída em outras regiões do país, até porque a Ibitu tem ativos herdados em todos os submercados. A fonte hídrica não faz parte dos planos prioritários.

Uma parte dos recursos para financiar o aporte previsto no plano já está captado junto ao mercado. Ao total, em um processo de captação junto ao mercado fechado no final do ano passado, somou R$ 1,5 bilhão em manifestação de interesse de bancos. A operação foi separada em três tranches e apenas uma primeira foi levantada com a emissão de debêntures ao valor de R$ 400 milhões para um fundo apenas.

ESG

Ribeiro reforçou que ao longo dos meses a companhia tem reforçado as ações de ESG (sigla em inglês para ações sócio ambientais e de governança). Ele citou os três conselheiros com experiência no setor elétrico como exemplo de comprometimento da empresa, Carlos Gros, Renato Volponi e Armando Henriques, ex-executivos da Brookfield Energia, EDP Renováveis e da Duke International, respectivamente.

Ele destacou ainda que já herdaram da antiga empresa a preocupação em ter ações para atuar junto às comunidades com as quais se relaciona. A Ibitu, disse ele, focou as ações em educação uma vez que, em suas palavras, “quem quer abraçar o mundo não faz tudo”.

Ele contou com entusiasmo sobre os projetos focados em aprimoramento da qualidade de educação nas cidades, ações de incentivo à leitura e música. “Fomentar a leitura é muito importante e o investimento que é feito não é tão elevado diante do ganho que se proporciona às pessoas”, disse.