Após o comunicado da saída de Wilson Ferreira Junior da presidência da Eletrobras, as atenções se voltam para quem será o seu sucessor. Em entrevista coletiva a jornalistas nesta segunda-feira, 25 de janeiro , o presidente demissionário da estatal contou que a estatal tem um corpo de profissionais qualificados que podem substituí-lo a altura. “Temos alternativas internas que já foram compartilhadas com o presidente do conselho”, afirmou. A diretoria executiva da estatal é formada por egressos da própria estatal ou do setor.
A sucessão deverá ser arbitrada por um headhunter, que ficará responsável pela avaliação dos nomes internos já cogitados e por trazer eventuais pessoas de fora da estatal. A decisão pelo headhunter foi tomada pelo conselho. Ferreira Junior não vê o presidente do conselho Ruy Schneider o sucedendo, como chegou a ser aventado. A expectativa é que até março, mês de saída de Ferreira Junior, um novo executivo já tenha sido definido para a empresa.
O presidente da Eletrobras não vê conflitos de interesse na sua ida à presidência a BR Distribuidora e permanência no conselho da Eletrobras. A empresa, que foi privatizada e pertencia a Petrobras, tem aumentado a sua participação no mercado de energia, com a compra da comercializadora Targus e negócios na área de Gás. Foi feita uma consulta à comissão de Ética Pública, mas apenas para efeito de quarentena. “Não vejo esse conflito, são negócios diferentes. O principal negócio da BR é a venda de combustível”, explica.
Em conferência com analistas de mercado, em que foi bastante elogiado, Ferreira Junior revelou que o seu sucessor deveria ter como característica já ser do setor elétrico, já que pelo momento de modernização que o setor passa, o entendimento do negócio seria crucial. Para ele, a capacidade de governança também é importante, devido a capilaridade das controladas do grupo. “Uma pessoa que seja capaz de manter essa articulação coletiva do que se tornou o Grupo Eletrobras”, observa. Segundo o executivo, as empresas do grupo são muito dinâmicas, o que vai exigir perseverança do novo presidente da Eletrobras.