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Estudo produzido pelo Centro de Política de Desenvolvimento Global da Universidade de Boston mostra que os chineses, por meio de uma combinação de fusões e aquisições, investimentos diretos e um processo de internacionalização do setor elétrico brasileiro, são os principais players estrangeiros atuando no Brasil. O estudo mostra que em 2019, elas representavam 10%, 12% e 12% da geração, transmissão e distribuição do Brasil, respectivamente; ocupando o segundo, terceiro e quarto lugares em termos de porcentagem de nacionalidades.

O estudo identificou pelo menos 14 elétricas chinesas que estavam ou estão investindo ou operando no Brasil, incluindo State Grid, CTG, China General Nuclear Power (CGN) e Spic. Essas e outras empresas investiram e estiveram envolvidas em projetos de construção no Brasil que somam US$ 36,5 bilhões até 2019. O primeiro investimento foi feito em 2005, mas a partir de 2010 começa o crescimento, com o ápice nos anos de 2015, com US$ 6,5 bilhões e 2017, com US$ 15,6 bilhões, encabeçado por negócios fechados pela State Grid e CTG, como o segundo trecho do linhão de Belo Monte e a aquisição da CPFL Energia, (State Grid) e a compra das usinas de Jupia e Ilha Solteira (CTG).

No final de 2019, essas empresas possuíam integral ou parcialmente 304 usinas que totalizavam 16.736 MW, o equivalente a quase 10% do sistema nacional. Por fonte, 70% da capacidade chinesa no Brasil em 2019 foi em energia hidrelétrica (11.798 MW). A energia eólica consumiu 17% (2.888 MW), e biomassa, solar, petróleo e carvão representaram 5% (759 MW), 4% (680 MW), 3% (532 MW) e 1% (79 MW), respectivamente.

As empresas chinesas usaram o mecanismo de fusões e aquisições, em lugar dos investimentos Greenfield. Esses projetos representaram 76% do total, ou US$ 27,6 bilhões. Exceto em 2013, 2014 e 2018, a quantidade de negócios brownfield foi maior do que os greenfield em todos os anos. O maior valor foi realizado nos anos de  2015, 2017 e 2019. Os projetos Greenfield são 20% do total, com US$ 7,4 bilhões. Os linhões de Belo Monte se destacaram. Já os projetos de engenharia e serviços fornecidos somaram 4% de todo o capital desembolsado, ou cerca de US$ 1,5 bilhão.

Por conta da compra da CPFL e da construção das LTs de Belo Monte, a State Grid foi a chinesa que mais investiu no Brasil, com 56% do total do investido pelo país no Brasil, seguida pela CTG com 27%, CGN com 6% e Spic com 3%. Em termos de investimento direto estrangeiro, foram realizadas 176 transações e a CTG possui o maior número de negócios, por estar indiretamente presente no Brasil desde 2011, quando comprou parte da EDP em Portugal. A EDP do Brasil tem investido de forma consistente por aqui desde então.

O Sudeste brasileiro recebeu 66% do total investido, até porque São Paulo foi o principal destino dos recursos. O Nordeste veio em segundo lugar com 11%, seguido pelo Centro-Oeste com 10%, Sul com 7% e Norte com 6%. A geração ficou com a maior fatia nos investimentos chineses no Brasil, com 81% do total ou cerca de US$ 29,7 bilhões. A maioria dos negócios aconteceu nos últimos seis anos do período, com os maiores números em 2015, 2017 e 2019, devido às transações brownfield de CTG, State Grid e CGN, que chegou ao Brasil em 2019.