A agência de classificação de risco S&P Global Ratings revisou de ‘b’ para ‘bb-’ o perfil de crédito individual da Cemig e de suas subsidiárias Cemig D e Cemig GT, aumentando também os ratings de crédito de emissor de longo prazo na escala global, passando de ‘B’ para ‘BB-’ e os ratings na Escala Nacional Brasil e de emissão do grupo, de ‘brA+’ para ‘brAA+’, além das notas senior unsecured da geradora e transmissora, de ‘B’ para ‘BB-’.
Segundo a S&P, a perspectiva estável reflete a expectativa de que a companhia manterá nos próximos 12 a 18 meses o índice de dívida sobre EBITDA em torno de 4,5x, geração interna de caixa sobre dívida de 13%-15% e fontes sobre o uso de liquidez confortavelmente acima 1,1x, mostrando uma posição mais forte em meio à pandemia, especialmente após a melhora da eficiência operacional da distribuidora, que contribui com cerca de 50% do EBITDA do grupo.
A análise ressalta que o grupo implementou nos últimos anos iniciativas de redução de custos, sendo beneficiada também pela revisão tarifária em 2018 e por uma decisão favorável em um litígio tributário em 2019. Além disso, a Cemig Distribuição também recebeu R$ 1,3 bilhão da conta-covid, o que ajudou a compensar a queda de 2,2% nas vendas de energia nos primeiros nove meses de 2020 e a maior inadimplência.
Ademais, os recursos de R$ 1,372 bilhão de sua recente venda na participação de 22,58% da Light, devem ajudar a empresa a sustentar a posição de liquidez e reduzir a alavancagem com o pagamento de dívidas mais caras.
No entanto, a avaliação final é de que uma melhoria mais significativa no perfil financeiro depende da execução de seu plano de desinvestimento, que inclui a venda de suas participações nas hidrelétricas de Santo Antônio e Belo Monte, o que liberaria um total de R$ 4,7 bilhões de garantias contingentes, incluídos na dívida ajustada dessa análise.