O consumo de gás natural no Brasil em novembro de 2020 chegou a 78,18 milhões de metros cúbicos/dia, crescimento de 7,3% na comparação com o mês anterior, quando somou 72,86 milhões m³/dia, afirma o mais recente levantamento da Abegás. Na relação anual a alta foi de 4,5% e no acumulado dos 11 meses do ano, a demanda teve queda de 11,4%.

A demanda industrial no mês subiu apenas 0,6% na comparação mensal, saindo de 27,74 milhões m³/dia para 27,9 milhões m³/dia, incremento de 0,4% na comparação de 12 meses. A alta mais expressiva foi na geração elétrica, com 19% em relação a outubro, saltando de 31,73 milhões m³/dia para 37,76 milhões m³/dia. Já ante novembro de 2019, o aumento foi de 11,5%.

O resultado está atrelado ao maior despacho das termelétricas a gás em função da queda do nível hídrico dos reservatórios hidroelétricos. Segundo o presidente executivo da Abegás, Augusto Salomon, o sistema vem dando seguidos sinais de vulnerabilidade, que só não ficaram mais evidentes porque o país vem passando nesses últimos anos por períodos recessivos ou de baixo crescimento.

“Com as térmicas a gás na base operando de maneira contínua cairá o custo do despacho do gás em plantas de ciclo combinado em relação ao custo de plantas que operam em ciclo aberto e que consomem mais gás”, pontua Salomon, afirmando que as UTEs distribuídas pelo interior poderão contribuir para evitar um colapso de energia em um esperado momento de crescimento econômico.

“Essas usinas poderão também impulsionar a oferta de gás natural, que vem reinjetando mais de 40% do que é produzido, em grande parte por falta de infraestrutura para escoar, processar e transportar esse gás”, complementa.

Na análise pelos ramos de atividade, além dos já citados, destacam-se as altas de 12,9% no segmento residencial e 10,3% nos comércios, e as quedas de 13,8% no setor automotivo e de 4,25% na cogeração.

Já entre as regiões o destaque positivo no Sudeste foi o crescimento da 2,7% na indústria, de 25,6% na geração elétrica a gás e de 14,2% no segmento residencial. No Sul, a produção de energia a partir do gás foi de 66,1%, e no Nordeste, a alta do segmento comercial chegou a 17,9% e de 1,8% no GNV. No Centro-Oeste, alta de 16,9% nas residências, e no Norte, elevação de 1,8% na demanda industrial e de 4,9% na comercial.