A agência de classificação de risco Fitch Ratings retirou a Perspectiva Estável dos Ratings Nacionais de Longo Prazo ‘AA+(bra)’ da primeira emissão de debêntures da AES Tietê Eólica, colocando-os em Observação Indefinida. A operação será feita em duas séries, com vencimento em dezembro de 2025, totalizando R$ 146 milhões.
A avaliação da Fitch reflete as discussões atuais com os debenturistas, que devem ser concluídas em Assembleia Geral de Debenturistas (AGD) agendada para 10 de fevereiro, podendo levar a diferentes ações de classificação pela agência.
Dentre as mudanças na estrutura da dívida, o emissor propõe a prorrogação da garantia da AES Brasil até o vencimento da debênture e a alteração das cláusulas de vencimento antecipado automático com o garantidor, que passariam a ser cláusulas não automáticas.
Sendo assim, o rating pode ser elevado caso a cláusula de vencimento antecipado passe a ser um evento de vencimento não automático, uma vez que a Fitch considera que esta cláusula não será exercida caso a empresa esteja adimplente com as obrigações pecuniárias da emissão.
A análise indica que o projeto apresenta métricas de Índice de Cobertura do Serviço da Dívida (DSCR) fortes, compatíveis com uma avaliação superior, não estando mais limitado à qualidade de crédito do garantidor.
Caso os debenturistas decidam não aprovar as alterações mencionadas ou tenham um atraso significativo, a Fitch afirma que o rating poderá ser colocado em Observação Negativa, seguindo a ação realizada na holding, dado seu impacto conforme a atual estrutura das debêntures.
De acordo com a agência, a classificação está limitada pela qualidade de crédito até a liberação da garantia, uma vez que as debêntures contam com anuência corporativa da AES até a conclusão financeira do projeto, constando cláusulas automáticas de vencimento antecipado com o garantidor durante esse período.
Ainda que a pandemia e as medidas para sua contenção criem, a curto prazo, um ambiente global de incerteza para o setor de energia, as informações operacionais da AES Tietê Eólica avaliadas pela Fitch não indicam que seu desempenho tenha sido comprometido, assim como o de outros ativos de transmissão no Brasil.