O índice médio de satisfação dos consumidores residenciais brasileiros está em 74,9%, de acordo com os dados da 22ª edição da Pesquisa de Satisfação do Cliente Residencial da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica. A pesquisa, realizada pelo Instituto Innovare entre os meses de junho e outubro de 2020, mostra que houve melhora na comparação com 2019, que teve satisfação média de 70,3%. Na década, o índice fica em 77% de aprovação, com clientes satisfeitos ou muito satisfeitos com os serviços prestados pelas operadoras.
Por região, o Sul é o que aparece com melhor satisfação, de 82,1%., acima dos 78% do ano anterior. A região Sudeste vem em seguida, com 75,1%, melhor que os 71,2% de 2019. O Nordeste cresceu de 69,1% em 2019 para 74,7% em 2020. A região Norte também teve aumento expressivo, saltando de 62,1% para 67%.
A pesquisa também avaliou a percepção do consumidor para o preço da tarifa. Para 34%, ela é considerada muito cara e para 29% ela é cara. Para 27,3% ela não é nem cara nem barata, enquanto para 8,8% ela é barata ou muito barata. Essa última avaliação foi a que teve piora na percepção, já que no ano anterior era de 15,2%. Apenas na região Sul o percentual que classifica a energia barata cresceu, indo de 8,7% para 12%. De acordo com o presidente da Abradee, Marcos Madureira, a percepção é preocupante, porque reflete o valor da conta, que vem tendo fortes altas por conta de encargos. O presidente da Abradee lembrou ainda que os custos dos encargos subiram 5% desde 2007 e o custo da energia subiu 36%. Já o custo de transmissão teve redução de 15%, enquanto o da distribuição teve queda de 45%. “É o segmento que mais contribuiu para a modicidade tarifária”, observa.
A energia de Itaipu, cotada em dólar, é um ponto de atenção para Madureira, que classifica como ideal a existência de um mecanismo para mitigar o impacto da variação cambial. “Temos preocupação em relação a isso”, adverte. Segundo ele, Ministério de Minas e Energia e Agência Nacional de Energia Elétrica trabalham em solução para o tema.
Outro ponto que a pesquisa mostrou foi que a participação dos gastos com energia na renda familiar é de 6,8%, em linha com 2019, de 6,9%. No Norte/ Centro-Oeste os gastos chegam a 8,3%, o maior. O Nordeste vem em seguida, com 7,2%. Essas duas regiões foram as que subiram em 2020. A participação dos gastos com energia no Sudeste é de 6,5% e no Sul, é de 6%. Durante a pandemia, 38,4% dos entrevistados sinalizaram que houve aumento na conta de luz, enquanto 35,4% detectaram redução e 26,1% não souberam ou não responderam. Desses que sentiram aumento, ,38,8% viram como motivo ter mais pessoas ou moradores em casa.