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Reportando crescimento de 95% entre 2019 e 2020 e aumentando seu quadro de colaboradores em 128%, a fabricante de rastreadores solares STI Norland, de origem espanhola, resolveu entender seu momento e migrar a sede da empresa no Brasil para um espaço maior, num ambiente com capacidade para 80 colaboradores no bairro de Pinheiros, na capital paulista, visando garantir também maior espaçamento entre eles no contexto da pandemia.
Com o movimento de grandes clientes do varejo e outros setores da economia almejando economizar a partir de fontes energéticas renováveis, a empresa quadruplicou seu faturamento no ano passado, concretizando a meta de R$ 1 bilhão e soma, entre projetos finalizados e em desenvolvimento, mais de 150 obras por todo o país, sendo 40 com entrega prevista para 2021, a maior parte concentrada em Minas Gerais. Já na geração centralizada a companhia detém 39% do mercado, ultrapassando a marca de 3 GWp de energia vendida em outubro de 2020 juntando as duas modalidades.
“Apesar de um ano de desafios, tivemos um importante resultado devido ao aumento significativo de market share e a escolha na estratégia comercial adotada, que trouxe para dentro de casa os maiores projetos do mercado brasileiro”, explica o CEO da STI Norland Brasil, Javier Reclusa, em entrevista à Agência CanalEnergia, salientando iniciativas também em São Paulo, Pernambuco, Rio de Janeiro, Ceará e Paraná.
Empresa trabalha para concluir 40 obras no ano e levar maior otimização para UFVs (Divulgação)
Outro fator importante atribuído a escalada nos resultados foi a possibilidade de uma melhor negociação com os fornecedores, em razão da elevação na demanda e nacionalização de peças do tracker, além de estratégias de otimização e proteção cambial para garantir os preços orçados a cada contrato.
Atualmente a STI possui 52 profissionais no escritório de São Paulo e conta com 132 no geral, entre obras, fábrica e escritório no Brasil. Segundo o executivo, a expectativa é expandir ainda mais as operações e consequentemente abrir novas oportunidades de trabalho. O último contrato anunciado foi com a Nebras Power, para implementação de 2.200 trackers.
Para esse ano, Javier anuncia o fortalecimento do braço de Pesquisa & Desenvolvimento e ainda mais outras linhas de atuação, como a de Construção e Operação e Manutenção para UFVs, destinando parte do seu capital para tecnologias como softwares para O&M, além de maquinários para a área de construção de usinas.
“Temos estudado novas tecnologias para melhor performance de produtos fabricados, oferecendo ao mercado cada vez mais inovação, inclusive iniciando em 2022 a fabricação própria de alguns componentes, gerando mais investimento em material, capacitação profissional e colaboradores”, ressalta o CEO.
Javier Reclusa na nova sede: mais espaço e aperfeiçoamento tecnológico para suportar crescimento acelerado (Divulgação)
A empresa espera um crescimento cada vez mais acelerado do mercado fotovoltaico em volume de projetos e investimentos para esse ano no Brasil, sobretudo com os preços competitivos e a qualidade da incidência solar em todo o território na maior parte do ano, além da pegada de Governança Ambiental, Social e Corporativa dos players em transformar as principais matrizes energéticas em renováveis. “A energia solar é a mais barata do mundo”, pontua.
Perguntado sobre as consequências da pandemia na operação, Reclusa afirma que todos os setores foram impactados de alguma forma, em algum momento, com a companhia sentindo falta de algumas matérias-primas importantes como o aço e a questão da variação cambial, mas não em outros quesitos, visto os projetos levarem um tempo desde os estudos prévios até a sua construção e implementação total, não influindo no fechamento de novos contratos.
“Nossa produção local nos ajudou muito em termos logísticos e econômicos. Temos fábrica em Camaçari, na Bahia, e os componentes que vêm de fora ainda tínhamos em bom número no estoque”, complementa.