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Mesmo com o orçamento menor e as pequenas empresas sofrendo mais com os impactos de uma pandemia que ainda perdura, o segmento de Geração Distribuída está animado para 2021. Segundo uma pesquisa realizada pela consultoria Greener com 1.579 empresas integradoras entre novembro do ano passado até janeiro, o volume de negócios na modalidade já atinge ou supera obtido no período anterior à crise, podendo bater a marca de 4,5 GW esse ano.

Segundo o estudo, divulgado nessa quinta-feira, 11 de fevereiro, após 10 meses de pandemia 34% das companhias afirmam viver atualmente uma situação melhor e 33% notam melhora, mas não como no período anterior. Ademais, 14% continuam sofrendo severamente com os efeitos decorrentes da disseminação do vírus e das políticas de contenção social.

Em geral as companhias estão otimistas com o mercado de energia solar esse ano no país (85%), com 59% almejando aumentar o quadro de colaboradores, 68,8% pretendendo investir em estratégias de marketing, 53,6% em capacitação profissional, 45,3% em infraestrutura e 37% em softwares e digitalização, além dos 4% que não devem aportar recursos.

Outro ponto destacado é que 42,3% dos players entrevistados dizem se dedicar exclusivamente a energia solar, o que em 2019 ficava numa taxa de 30%, visto esse ser um negócio permeado também por outros dentro de uma corporação, como eficiência energética, automação, aquecimento, entre outros.

Mercado competitivo

Mesmo com aumento de 10% a 15% nos custos dos equipamentos devido à elevação na demanda e falta de disponibilidade de materiais à nível mundial, sobretudo por restrições na cadeia produtiva chinesa, de onde vem a maioria dos componentes, houve crescimento de 15% na importação de painéis fotovoltaicos em relação a 2019, representando 4,7 GW. Os módulos nacionais representam apenas 3,8% desse mercado por aqui, 0,8% apenas a mais na comparação anual.

 

De acordo com o levantamento, a alta competitividade do segmento no Brasil se dá através de dez marcas responsáveis por 87% da importação, a mesma coisa acontecendo com os inversores, numa taxa de 78% para os de grande porte. Entre as principais em módulos constam a Canadian, Trina, Risen, Jinko e BYD, além da Sungrow, Huawei, Growatt, Fronius, Renovigi e Weg para inversores acima de 50 kW ou abaixo.

Aliás, a compra de inversores do exterior mostrou recuperação de 41% frente a 2019, explicado pela entrada de equipamentos do tipo string na geração centralizada. Já a capacidade adicionada na GD cresceu 60%, chegando a 2,4 GW em 2020, mas com os consumidores representando apenas 0,53% do quadro nacional.

“Com evolução do mercado vemos um crescimento em termos de maior porte, com 4 a 8 kW sendo a categoria que gera contratos aos integradores”, comenta o CEO da Greener, Marcio Takata, durante a apresentação ao público.

Ele destacou também o uso de ferramentas digitais para maior eficiência do negócio, na área financeira e de gestão, e que a alta nos custos dos equipamentos e desvalorização cambial em 2020 acabou por elevar os preços ao cliente final, que teve um aumento médio de 2,5% nas instalações residenciais (4 kW) e 7,2% nas comerciais (50 kW).

O tempo de retorno de investimento, outro driver importante para o setor, se não o maior, registrou aumento de 2,3% para o consumidor residencial em relação à última pesquisa, mostrando-se mais interessante ainda em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Piauí, Pernambuco e Rio de Janeiro.

 

Distribuidores e consumidores

A publicação ainda trouxe a disposição das integradoras pelo país, com a maioria ou 46% das situadas na região Sudeste, 19,7% no Sul e 19,1% no Nordeste, sendo a indicação de clientes satisfeitos o principal fator para fechamento de negócios no Brasil, seguido pela prospecção ativa da equipe comercial.

O ponto de satisfação dos consumidores é de 88%, a maioria motivada pela economia na conta de luz e pela questão da sustentabilidade. Por outro lado, 6% ficaram insatisfeitos, o que pode ser um ponto de atenção interessante para as empresas melhorarem seus serviços em eficiência e atendimento, visto a maioria ter apontado ter recebido uma geração inferior àquela prometida pelo integrador.

A pesquisa também ouviu 30 empresas distribuidoras dos chamados kits fotovoltaicos e 260 proprietários da classe comercial, e junto com as desenvolvedoras o saldo de respostas validadas foi de 685, segundo critérios de coerência das informações e análise de CNPJ e atuação da empresa. Com o cruzamento de outros dados, como da EPE, o levantamento aponta para 14.700 integradoras ativas mapeadas.

Os distribuidores de kits, elo entre fabricantes e integradores, contam com quase 2 mil colaboradores e venderam 3,5 GW no ano passado, 29% a mais que no período anterior, mas abaixo do estimado antes da pandemia, ainda que 7% tenha sentido o volume inferior à média esperada e 20% até superaram suas expectativas para o ano. O montante reunido foi de R$ 7,4 bilhões, sendo quase a metade feito via financiamento bancário.