Análise da Ativa Investimentos sobre os resultados da Engie mostra que a empresas mostrou resiliência a um cenário desafiador em que a energia vendida teve queda de 1,3%. Apesar dessa queda, a empresa de origem franco-belga não foi impactada de modo mais profundo nas suas receitas por conta do reconhecimento contábil de receitas dos avanços nas obras de transmissão Novo Estado e Gralha Azul. Ainda segundo a Ativa, o registro de R$ 968 milhões decorrentes da repactuação do risco hidrológico minimizou seus custos, melhorando o lucro bruto e operacional.

Como ponto positivo da análise, também foram citadas as receitas trazidas pela transmissão, os ativos térmicos em tempo de despacho alto, a TAG e o ajuste do perfil da dívida. Já dentre os negativos ressaltados foram a produção energética, já que a geração hídrica caiu 17% por conta da hidrologia desfavorável e o mercado livre mais contido, já que houve retração no consumo de clientes industriais.

A Ativa também avaliou os resultados da Cesp. Embora a geradora paulista tenha apresentado robusta evolução em seu topline, favorecida pelas receitas oriundas de sua comercializadora, do ACL e do mercado spot, o custo com energia acabou mitigando o resultado da companhia, considerado neutro. De acordo com o relatório, com uma dinâmica hidrológica menos favorável, o deplecionamento dos reservatórios na região Sudeste e um pior GSF, a produção energética recuou.

Como pontos positivos, o destaque fica para a receita líquida, que cresceu 16%, da alavancagem, que está ajustada em 1,2 vezes e nos proventos. O Conselho da Administração da Cesp aprovou o pagamento de R$ 850 milhões em proventos, sendo R$ 150 milhões em juros de capital próprio e R$ 700 milhões em dividendos, com um yield de 9% e um payout de 49% frente ao resultado líquido de 2020. Os negativos ficaram para os custos e despesas, que subiram 36%, para o fluxo de caixa operacional, devido à redução de 52% no Ebit e para a produção de energia elétrica, que foi 5,4% menor.