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Com uma carreira essencialmente militar, conforme mostram as poucas informações disponíveis até agora, o general da reserva João Francisco Ferreira não terá dificuldades em substituir o também general Silva e Luna na diretoria-geral brasileira de Itaipu. É que tecnicamente Itaipu não é uma estatal, o que dá total liberdade para que o presidente da República escolha o representante brasileiro, sem depender da aprovação do Conselho de Administração da empresa.
Quem destaca essa peculiaridade de Itaipu Binacional, empresa criada a partir de um tratado entre Brasil e Paraguai, é o conselheiro José Carlos Aleluia. Ex-deputado nomeado para o CA no final do governo de Michel Temer, Aleluia admite que não tem muita informação sobre Ferreira, mesmo tendo conhecido o militar da época em que ele serviu em Salvador (BA). Ele destaca, porém, que o general é habilidoso e será bem vindo à empresa.
A nomeação do novo diretor foi divulgada na última sexta-feira (19) pelo Ministério de Minas e Energia, pouco depois de o presidente Jair Bolsonaro anunciar a substituição de Roberto Castello Branco por Luna na presidência da Petrobras. O último posto ocupado por Ferreira foi a chefia do Comando Militar do Oeste, em Mato Grosso do Sul, onde permaneceu até entrar para a reserva em 2014.
Aleluia lembra que a revisão do tratado da hidrelétrica binacional em 2023 é um trabalho que tem sido conduzido pelo Ministério das Relações Exteriores, com a colaboração do MME. As negociações não tem relação direta com o papel desempenhado pelos diretores, tanto do lado brasileiro quanto do paraguaio, mas para Aleluia eventualmente o representante do Brasil pode dar sua contribuição.
“O casamento do Brasil com o Paraguai em Itaipu é um casamento perfeito e que vai ser mantido. Vai ser trabalhoso, mas o Brasil tem um boa diplomacia e o Paraguai também”, afirma o conselheiro, que define o relacionamento entre os dois países como talvez a experiência de uso compartilhado de recursos naturais mais bem sucedida do mundo.
Eletrobras
Aleluia, que foi o relator na Câmara de uma proposta no governo Temer para aprovar a privatização da Eletrobras, acredita que uma nova medida provisória sobre o tema tem mais chances de passar hoje pelo Congresso Nacional do que já teve anteriormente. A primeira tentativa de obter na época o aval do Congresso por meio da MP 814 provocou polêmica e acabou perdendo a validade.
“Acho que agora o Congresso tem mais disposição para examinar. Diria que há uma articulação bem melhor do Executivo com o Legislativo”, disse Aleluia.
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, admitiu recentemente que o governo tem estudado um nova medida provisória há mais de seis meses para acelerar a aprovação da privatização da estatal. Aparentemente ela estaria mais próxima agora de ser publicada.