A Ativa Investimento divulgou nesta terça-feira, 23 de fevereiro, suas revisões de recomendação das estatais Petrobras e Eletrobras. De acordo com a indicação para Petrobras, foi alterada a recomendação de compra para venda, considerando as mudanças operacionais, financeiras e de governança que devem ocorrer a partir da sinalização de troca de comando promovida pelo acionista majoritário. O Preço-alvo passou de R$ 35,90 para R$ 20,00.

A Ativa destacou que apesar de se observado que a Petrobras está mais fortalecida hoje que no passado recente, os presentes acontecimentos invalidam os principais fundamentos da tese de investimentos anterior, que tinha na desalavancagem, promovida a partir do sucesso do plano de desinvestimentos, e na retomada de uma robusta geração de fluxo operacional, mantida através da promoção de práticas que maximizassem o retorno ao acionista, figuras centrais. A companhia acredita ainda que, embora o ajuste feito pelo mercado tenha sido considerável, a possível perda de mecanismos, como a paridade, que fortalecem a rigidez do controle dos atuais níveis benignos de endividamento, pode abrir espaço para seu desconto perante os pares se dilatar.

A Ativa também avaliou a Eletrobras. Considerando a renúncia do CEO Wilson Júnior e a recente mudança na postura do acionista majoritário perante as SOEs, de acordo com o relatório, a companhia foi rebaixada de compra para neutro. A Ativa destacou que embora acredite que o espaço para manobras envolvendo o setor elétrico não seja dos maiores, levando em consideração seu ambiente de preços já altamente regulado, acreditam que o papel não deve responder a fundamentos enquanto o cenário envolvendo sua privatização não estiver menos nebuloso o que, até o encerramento deste ciclo eleitoral, não deverá ocorrer.

O Preço-alvo da companhia caiu R$ 42,45 para R$ 29,00. O relatório da Ativa Investimento destaca ainda que, apesar de ser visto com bons olhos a intenção do governo em acelerar tal processo através de MP, mas no curto prazo, acreditam que tal recurso resultará apenas em uma diluição o que, apesar de positivo, é insuficiente para Eletrobras destravar seu potencial intrínseco. Entre os riscos, o cenário envolvendo a geração hidrológica no país atualmente é digno de atenção, assim como os atuais imbróglios envolvendo a operação de Belo Monte.