O CEO da Neoenergia, Mario Ruiz Tagle, quer que a CEB-D, arrematada em leilão realizado em dezembro do ano passado, esteja entre as dez melhores distribuidoras do Brasil nos próximos anos, saindo da atual 25º posição, com base no ranking de qualidade da Associação Brasileira das Distribuidoras de Energia Elétrica. Na cerimônia de assinatura do contrato de compra e venda da concessionária, realizada nesta terça-feira, 2 de março, no Palácio do Buriti, o executivo acenou ainda com investimentos médios anuais três vezes maiores que os atuais, que estão na casa dos R$ 70 milhões. “Entendemos que há uma demanda importante da população pela qualidade do serviço”, afirma.

Desses investimentos, Tagle pontuou que o foco será no a qualidade do fornecimento, satisfação do cliente e segurança da populaçao. De acordo com ele, a subtransmissão e os reforços de digitalização da rede vão receber os maiores investimentos iniciais. No primeiro ano, serão 150 religadores, 50% a mais que a distribuidora possui, de modo a ter uma atuação mais automática sobre a rede. Os equipamentos  virão por meio de um contrato guarda-chuva que a Neoenergia já tem com o fornecedor, o que agiliza o envio das peças.

CEO da Neoenergia, Mario Ruiz Tagle, na assinatura do contrato

A Neoenergia também promete intensa dedicação operacional, com a inspeção e manutenção de mais de dez mil quilômetros de redes, mais de 700 quilômetros de linhas de transmissão e de todas as 41 subestações. O plano de investimentos prevê a instalação de novos transformadores e a construção de circuitos de interligação e de linhas de alta tensão, para melhorar o DEC e  o FEC da CEB.

Os recursos de financiamento para a compra da CEB-D foram viabilizados através de emissões de debêntures e uma operação financeira de R$ 500 milhões com BNP. Essa operação deixa a empresa confortável para os outros compromissos do grupo. A Neoenergia promoverá ao longo do ano uma série de inovações com a implantação de canais digitais de atendimentos por meio do WhatsApp e novos serviços digitais, além de novos canais de pagamento da conta. Em março, também chegam novas modalidades de pagamento, como carteiras digitais e cartão de crédito e a implantação de um portal digital de negociação.

No primeiro momento, a privatização da CEB-D não deverá acarretar em demissões em massa. Já foi  realizado um plano de demissões voluntárias antes da operação e outros funcionários foram alocados para outras empresas do grupo CEB. O CEO da Neoenergia revelou que vai precisar dos colaboradores, que tenham um histórico e conheçam Brasília. “Diria que em planos gerais nosso plano é mais de contratação e primarização que de demissão”, avisa. Para ele, há muito trabalho pela frente e a melhora nos serviços deve ser rápida.

A expectativa é que a maior parte do processo de integração da CEB-D ao grupo, que foi deflagrado com a assinatura do contrato, seja concluída em junho deste ano, com o restante da integração terminando no fim do ano. Como já havia adiantado em fevereiro, a integração ocorrida com a Elektro (SP) ao grupo, em 2017, servirá de molde. O executivo quer um processo rápido par dar tranquilidade. “O importante não é onde vou ficar e sim como eu vou colaborar para fazer da CEB a empresa diferente que todos queremos”, revela.