Dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica mostram que, em fevereiro, o consumo de energia elétrica cresceu 1,8% em relação ao mesmo mês de 2020. Esse aumento decorre, principalmente, de uma alta de 9,4% no Ambiente de Contratação Livre, que permite a escolha do fornecedor e a negociação de condições contratuais. Já o Ambiente de Contratação Regulado, em que estão os consumidores de pequeno porte, que adquirem energia das distribuidoras, registrou queda de 1,6%.
Os números dão continuidade à série de aumentos expressivos apresentados pelo mercado livre desde agosto de 2020. Já no mercado regulado, após uma recuperação um pouco mais intensa em dezembro, os resultados voltam a recuar. Lembrando que, como 2020 foi um ano bissexto, tivemos um dia a menos para ser contabilizado em fevereiro de 2021.
Boa parte do crescimento do ACL, no entanto, se explica pela migração de consumidores entre os segmentos. Se esse efeito for excluído dos cálculos, o ambiente registra uma ampliação menor, de 4,2%, e o ACR passa a ter um aumento de consumo, de 0,8%. As informações constam do Boletim InfoMercado Mensal da CCEE. Os resultados são preliminares e devem sofrer alterações.
Na análise regional feita pela Câmara, o submercado Sudeste/Centro-Oeste apresentou alta de 3,3%, influenciado pela expansão dos estados de Minas Gerais, com alta de 5% e São Paulo, de 6%, que, no período, representavam 38,5% do consumo do Sistema Interligado Nacional. Ao aprofundar a análise, os resultados de ambas as regiões foram potencializados pela performance dos setores de metalurgia e produtos de metal, com alta de 5,3% e de extração de minerais metálicos, com aumento de 10,7%.
Desconsiderando o efeito das migrações, 11 dos 15 ramos de atividades analisados pela CCEE apresentaram crescimento na prévia de fevereiro. Entre os eletrointensivos, tivemos aumento de 9,5% para minerais não metálicos, 7% para metalurgia e produtos de metal, 6,4% para Químicos e 6% para extração de minerais metálicos. Os segmentos de serviços (-7,7%), transportes (-6,3%), comércio (-3,5%) e telecomunicações (-2,4%) registraram quedas no período.
A geração, por sua vez, avançou 1,9%, no SIN. Foram produzidos 70.670 MW med e consumidos 66.810 MW med em fevereiro. Com as restrições hídricas do período, a geração térmica aumentou 35,2%, já considerando as importações de 923,69 MW med no mês de fevereiro. As eólicas novamente apresentaram um aumento expressivo, de 34,2%. As hidráulicas apresentaram uma redução de 5,6% e a fonte solar fotovoltaica teve uma queda residual de 0,2%.