Pesquisadores do Lactec monitoram o desempenho de 23 sistemas individuais de geração solar fotovoltaica instalados em casas de famílias ribeirinhas, fazendas, escolas e outras unidades consumidoras do Pantanal sul-mato-grossense isolados da rede convencional de energia. Os estudos fazem parte da segunda etapa do projeto de pesquisa e desenvolvimento (P&D) contratado pela Energisa para avaliar alternativas de fornecimento de energia à região.
O levantamento realizado pelo instituto apontou a solução mais viável em relação aos aspectos técnicos, ambientais e econômicos, e embasou a decisão da distribuidora de investir R$ 134 milhões neste e no próximo ano, visando atender a 2.090 famílias moradoras da região com sistemas fotovoltaicos e de armazenamento de energia.
“O Projeto Pantanal 2 já entregou insumos importantes para o programa de universalização da energia na região pantaneira de Mato Grosso do Sul e foi vital para a definição da tecnologia mais segura, confiável e com menor impacto ambiental”, afirma o coordenador do projeto pelo Lactec, Cresencio Silvio Segura Salas.
O anúncio desses investimentos, que fazem parte do Programa Ilumina Pantanal, foi feito na última semana, em evento promovido pelo governo de Mato Grosso do Sul, com a participação de representantes da Energisa, do Ministério de Minas e Energia e da Agência Nacional de Energia Elétrica.
Fase atual – O início da instalação dos sistemas de microgeração acontecerá em paralelo à conclusão dos estudos de desempenho das plantas instaladas na fase 2 do projeto. Salas explica que no estágio atual está sendo analisada a eficiência de conversão dos painéis, sistemas de baterias e dos equipamentos de controle para atendimento da carga.
“Algoritmos de análise e modelos teóricos dos elementos do sistema são utilizados para gerar indicadores de desempenho”, complementou o pesquisador, informando que também foram iniciadas ações de educação junto às famílias da área de abrangência do projeto para orientá-las em relação ao funcionamento e manutenção dos sistemas e ao uso seguro da energia.
Além do algoritmo para o planejamento de recursos de operação e manutenção, os pesquisadores ainda trabalham no desenvolvimento de uma metodologia inovadora para aumento da vida útil das baterias. Essa solução – somada a programas de eficiência energética a serem implantados pela concessionária – deve impactar na redução dos custos dos sistemas e na modicidade tarifária.