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A Reivax Automoção e Controle fechou um novo contrato para fornecer dois reguladores de tensão RTX Power para o Corpo de Engenheiros do Exército Americano – USACE (U.S. Army Corps of Engineers), dessa vez destinados a estação Norfork, em Arkansas.
Com o negócio, a empresa brasileira chega a um total de 33 sistemas de excitação para projetos executados e concluídos com êxito nas hidrelétricas de Bull Shoals, Eufala, Barkley, Oahe e Gavins Point, o que fortaleceu a confiança dos americanos na tecnologia do produto e no atendimento e pós-venda da companhia, numa parceria que vêm desde 2014.
“É um cliente bastante difícil de conseguir e igualmente difícil de se manter, pois são muito exigentes, mas que também valorizam um bom trabalho. Muitas vezes querem fazer uma revisão de turbina do gerador e nos chamam para poder colaborar”, disse à Agência CanalEnergia o CEO da Reivax, Fernando Amorim da Silveira.
Com filiais na Suíça e Canadá, a multinacional catarinense pesquisa e desenvolve tecnologia para o mercado de controle da geração de energia, exportando soluções turnkey para 40 países em cinco continentes e liderando a participação no segmento de retrofit para hidrelétricas no Brasil, como no caso da UHE Ilha Solteira, considerado o maior projeto de modernização no país.
“Temos essa estratégia pois o cliente ou empresa que constrói uma usina geralmente compra esses sistemas de controle junto do fabricante da turbina, apesar de um grande cliente nosso ser a GE, que também é um grande fabricante”, explica o executivo, afirmando que a empresa fornece reguladores de tensão e de velocidade nas mais diversas formas, como o integrado, que possui apenas um painel para dois equipamentos, feito através de um processador.
Os equipamentos entregues nos EUA, Europa ou Canadá são fabricados em um polo tecnológico em Florianópolis (SC), com apenas a montagem final da parte de potência sendo feita em solo americano, por questões de logística com o fornecedor.
Equipamentos são fabricados em Florianópolis e tem montagem final nos EUA (Divulgação Reivax)
“Todo cérebro e coração do equipamento saem daqui e podemos dizer que os grandes geradores e donos de PCH e CGH em Santa Catarina estão usando o mesmo equipamento do exército americano em suas usinas”, ressalta, lembrando que a maioria das plantas de geração por lá pertencerem ao estado, que considera o tema como segurança nacional.
A companhia trabalha majoritariamente com usinas hidrelétricas, mas também fornece soluções para termelétricas, como no caso da Jorge Lacerda, da Engie, além de periféricos como equipamentos hidráulicos para máquinas reguladoras de velocidade, válvulas de unidades hidráulicas, cilindros motores, e toda parte de potência do regulador e controle de conjunto, com funções para cascata em usinas, controlando o nível e variações de acordo com o despacho do Operador. (ONS).
Segundo Amorim, a ideia agora é aproveitar a presença no mercado americano e trabalhar com regulador de velocidade, mostrando que pode agregar qualidade ao serviço já oferecido. “Nosso principal diferencial é ser especializado em um equipamento que para os outros fabricantes é periférico, investindo muito dinheiro em P&D e tendo uma plataforma própria de hardware e software, o que dá bastante flexibilidade pra entender o que o cliente deseja, customizando as soluções”, pontua.
Crescimento e aposta na solar
Com aproximadamente R$ 7 milhões aplicados ao ano em sua área de pesquisa e desenvolvimento, manutenção da plataforma e equipamentos, a Reivax pretende ampliar o setor de P&D e sua capacidade produtiva em 10% em 2021, complementando os esforços feitos no ano passado na estrutura da área fabril, com a aquisição de elevador de carga, equipamentos e alguns containers para depósito e manejo de material.
A pandemia não afetou o negócio de forma substancial, com a multinacional conseguindo contornar a situação e registrar receita maior do que no ano anterior. As expectativas para esse ano são positivas, após registrar seu melhor mês de vendas em janeiro do ano passado e esperando atingir um faturamento da ordem de 10% a 15% a mais do que em 2020.
“Estimamos que o mercado se aqueça ainda mais esse ano, com os processos de modernização das hidrelétricas, tanto na América Latina como EUA ou Europa”, comenta Fernando, informando que há mais de 60 contratos fechados em 2020 com prazos até 2024, a maioria projetos de modernização de UHEs, sendo 82% no mercado nacional. As usinas atendidas somam 166 GW pelo mundo.
UHE Ilha Solteira (3,4 GW – SP) passa por um dos maiores projetos de modernização no Brasil (Foto: Henrique Manreza)
Entre os clientes no Brasil e na América Latina estão a Petrobras, Eletrobras, Enel, CTG Brasil, EDP, Engie, Statkraft, Isa Cteep, NB Power e Weg. Já a operação nos EUA é bem mais madura do que na Suíça, relata, apesar da companhia estar realizando novos investimentos para atender ao mercado europeu e asiático de forma semelhante à América do Norte.
Em 2021, a empresa iniciou também o fornecimento de soluções de controle para o mercado de energia solar, visando grandes plantas, espalhadas principalmente no norte de Minas Gerais e em vários estados do Nordeste, utilizando a expertise da marca para fazer os primeiros projetos no segmento.
Para o CEO, a Reivax tem totais condições de participar desse ambiente de expansão da energia fotovoltaica, sobretudo pela capilaridade de sua equipe comercial com filiais em praticamente todos países da América do Sul, Norte e os principais da América Central, além de representantes na Suíça e em alguns países da Europa.
“Já temos 300 MW em fornecimentos e uma carteira significativa em negociação para os próximos meses, na ordem de 5GW”, revela o executivo.