A Agência Nacional de Energia Elétrica vai recomendar ao Operador Nacional do Sistema Elétrico a elaboração de documento com orientações sobre a política de segurança e os recursos tecnológicos necessários à proteção contra ataques virtuais na rede de supervisão e controle dos centros de operação. Nos próximos 120 dias, também será realizada fiscalização nos centros de operação das empresas, para verificar o cumprimento do requisito de segurança cibernética estabelecido nos Procedimentos de Rede.
As duas medidas ocorrerão de forma paralela à discussão sobre a regulamentação da política de segurança cibernética no setor elétrico. O tema ficará em consulta pública na página da Aneel entre 11 de março e 26 de abril, e a proposta é aprovar uma norma ainda esse ano.
A Aneel reconhece que o aumento da conectividade das infraestruturas do setor elétrico e a sofisticação dos ataques virtuais deixam os sistemas mais vulneráveis. Para o diretor Sandoval Feitosa, em se tratando do setor elétrico é possível ter eventos desfavoráveis para a sociedade com um todo. As ameaças são também uma preocupação do ONS, que recomenda avançar rapidamente no tratamento da questão.
No inicio do mês, o governo criou grupo de trabalho com a participação da Aneel, Ministério de Minas e Energia, Gabinete de Segurança Institucional, Empresa de Pesquisa Energética e Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, para estabelecer diretrizes sobre segurança cibernética, relacionadas a prevenção, tratamento, resposta a incidentes e resiliência sistêmica. Os ataques às empresas do setor elétrico podem provocar desde a simples interrupção no suprimento de energia até a impossibilidade de realizar operações técnicas, comerciais ou de faturamento e o extravio de dados.