O setor de geração eólica offshore ainda nem começou a engatinhar e a estimativa é de que o segmento poderá atrair centenas de bilhões de reais em investimentos nos próximos 20 anos. Quem afirma é o senador Jean Paul Prates (PT-RN) que protocolou no final de fevereiro um projeto de lei para regulamentar a autorização para instalação de projetos de geração de energia na costa brasileira, abrangendo eólica, solar ou das marés.
“O tamanho desse investimento é da demanda energética do Brasil, do incremento e da substituição de outras fontes que, eventualmente, chega até mesmo à gestão de reservatórios de hidrelétricas para uso prioritário da água”, disse o senador em transmissão feita pelo Banco Safra via internet nesta quarta-feira, 10 de março.
Ele comentou que no futuro as próximas gerações verão quase como um crime o que a geração atual faz com o petróleo (queima) e a água (geração de energia) ante o potencial eólico e solar do país. Segundo dados apontados pelo moderador dessa transmissão, o ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, o Brasil teria um potencial estimado de 700 GW de eólica offshore.
“Isso representaria cerca de quatro vezes o que temos hoje na nossa matriz elétrica”, acrescentou Levy.
Segundo o parlamentar, metade desse potencial todo está no que é conhecida como a margem equatorial brasileira, ou seja, que no mapa tem o litoral voltado ao hemisfério norte. Apesar de apontar o Ceará e o Rio Grande do Norte como os principais pontos para a fonte, o potencial vai desde o Amapá até o município de Touros (RN) que está localizado nesse encontro, onde o mapa do Brasil faz a curva rumo ao sul.
Levy destacou que o projeto de lei proposto é positivo e que traz segurança jurídica ao investidor que pretende aplicar seus recursos no país. Isso porque se convertido em lei atua em uma área em que ainda não há essa base legal. E a atratividade dessa energia é um grande atrativo para os investimentos externos no país, inclusive, visando novas fronteiras, como o hidrogênio verde ou amônia, que requerem um grande volume de eletricidade.
O senador destacou a vocação brasileira para as fontes renováveis. Citou que empresas internacionais veem o país como um futuro líder mundial e que por isso precisam estar por aqui. E lembrou que essa situação ocorre mesmo com o conturbado momento político pelo qual o país passa.
Prates terminou ao lembrar que em breve será lançada uma frente parlamentar a partir do Senado cuja a meta é defender não apenas a eólica ou a solar e sim a transição energética do futuro e o uso mais sustentável dos recursos naturais que são usados para a geração de energia.