O presidente do Conselho de Administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, Rui Altieri, reafirmou que a expectativa de solução do GSF é esperada para a liquidação das operações de abril, que deve ocorrer, segundo as regras do setor, na segunda semana de junho. Em entrevista ao CanalEnergia Live desta sexta-feira, 12 de março, ele comentou que a entidade aguarda a homologação dos valores pela Agência Nacional de Energia Elétrica para dar continuidade ao processo, inclusive que prevê parcelamento dos valores ainda represados.
“O calendário é ousado, mas acreditamos sim que no limite em abril, cuja operação de liquidação ocorre em junho, tudo estará resolvido”, afirmou.
Após a liquidação desta semana, agora a CCEE contabiliza 90 agentes com valores em aberto no MCP. O valor total represado soma R$ 6,4 bilhões, mas quando se exclui os créditos, o montante líquido que precisa ser pago é de R$ 4 bilhões.
O executivo disse ainda que a entidade tem recebido contatos de agentes que têm a intenção de quitar seus valores. Então, acrescentou, ao longo do tempo deverá ser registrado novas antecipações. “Aguardamos com ansiedade a homologação dos valores pela Aneel para que os agentes tomem sua melhor decisão”, acrescentou Altieri, que acredita que a agência reguladora termine no prazo regulamentar de 30 dias essa homologação.
Nos últimos três meses, a CCEE vem divulgando que agentes estão antecipando seus valores em aberto. A primeira foi a AES Brasil, depois a CTG Brasil e outros geradores de menor porte. Nessa semana, foram pagos mais R$ 600 milhões por 25 agentes. Com isso aqueles agentes sem liminares passaram a receber valores que saíram de 1% a 2% do que era devido a eles para um patamar 19%, 15% e agora 10%, neste último mês.
O executivo classificou esses números como um avanço. Segundo ele, a liquidação financeira das operações do mercado de curto prazo referente a janeiro, finalizada em 10 de março, foi bem sucedida.
“Foi muito tranquilo, dentro do previsto. Passamos janeiro, fevereiro e agora em março com o PLD horário sem dificuldades e dentro da normalidade. Consequência foi a liquidação dessa semana dentro da normalidade”, avaliou.
De um total de R$ 3 bilhões contabilizados, excluindo a parcela que está represada, a inadimplência foi de R$ 2 milhões. Essa parcela não paga, acrescentou Altieri, está concentrada mais no segmento de consumidores por conta de um aumento dos Encargos de Seviços do Sistema. “Normalmente, os consumidores não estão preparados para pagar esses valores mas que são quitados ao longo do mês”, finalizou.