A Celesc encerrou 2020 com lucro líquido de R$ 518,7 milhões, crescendo 82,9% em relação ao ano anterior, quando movimentou R$ 283,6 milhões. A companhia apresentou seus resultados financeiros no último sábado, 13 de março, reportando uma receita operacional líquida de R$ 8,3 bilhões com evolução de 10,6% no período, reflexo das operações de suas subsidiárias de Distribuição e Geração.
Já o EBITDA ficou em R$ 922,6 milhões, aumento de 27,3% na comparação anual. Outro incremento aconteceu no número de unidades consumidoras, que subiram 2,8% para 3,14 milhões. No entanto a demanda energética diminuiu 1,3%, refletindo os impactos da pandemia.
Com relação aos seus custos e despesas, o grupo teve aumento de 8,9%, ocasionada principalmente pelo custo da energia comprada, que representou acréscimo de 10,2% no período. Destaca-se ainda o controle nos gastos gerenciáveis, demonstrando o compromisso da gestão com o cenário desafiador, com o PMSO ficando no mesmo patamar de 2019, considerando o Plano de Desligamento incentivado (PDI) de 2020, que obteve a adesão de 102 empregados.
No quarto trimestre do ano, a empresa teve um lucro líquido de R$ 233,6 milhões, volume 257,7% superior ao ano anterior. A receita líquida registrou R$ 2,5 bilhões, 32,7% a mais na comparação anual. Por sua vez o EBITDA chegou a R$ 308,8 milhões, conferindo crescimento de 104,5%.
Investimentos – A Celesc D terminou o ano com um aporte de R$ 629,8 milhões destinados a expansão e melhoria do sistema de distribuição, na eficiência operacional, em modernização da gestão e em programas de Eficiência Energética e em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).
Na geração, a companhia encerrou 2020 com um montante de R$ 41,4 milhões, sendo R$ 10,4 milhões destinados às SPEs nas quais a Celesc G possui participação acionária e R$ 31 milhões ao parque gerador próprio. Destaca-se o investimento na ampliação da PCH Celso Ramos, que aumentará sua capacidade instalada em 8,3 MW.
Quanto aos indicadores DEC e FEC, o saldo foi positivo com um tempo de resposta de 9,2 horas e de frequência em 6,7 vezes, com ambos resultados melhores no comparativo com os últimos anos e abaixo do limite estabelecido pela Aneel, de 11 horas e 8,6 vezes. A companhia também fechou o ano com 8,06% de perdas em relação aos 8,74% de 2019, demonstrando que os investimento e engajamento das equipes surtiram efeito.
A companhia de capital aberto teve ações Preferenciais (CLSC4-PN) com desempenho positivo de 14,2% no acumulado do ano, com o Ibovespa mostrando retorno positivo de 2,92% e o Índice de Energia Elétrica (IEE), que mede o comportamento das principais ações do setor elétrico, registrando evolução de 8,12%.
Ciclone histórico – O ciclone bomba de julho foi considerado o pior desastre com ventos da história de Santa Catarina, superando os estragos deixados pelo Furacão Catarina, em 2004, e pelo Tornado Xanxerê, em 2015, segundo Nota Meteorológica da Defesa Civil, causando os maiores danos já registrados no sistema elétrico de distribuição.
O ciclone deixou um rastro de destruição e trouxe grandes prejuízos à população catarinense, deixando mais de 1,5 milhão de unidades consumidoras sem energia. A total recomposição do sistema ocorreu após 20 dias de trabalho, com muitos locais apresentando extrema dificuldade de acesso.
Os custos envolvidos na recuperação somaram cerca de R$4 milhões com mão de obra própria, R$12 milhões com mão de obra terceira e R$6 milhões com materiais totalizando, aproximadamente, R$ 22 milhões.