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O World Energy Council publicou o relatório anual World Energy Issues Monitor. Em sua 12a edição, a publicação traz uma avaliação prospectiva da agenda global de energia com base nas opiniões de mais de 2.500 líderes de energia de 108 países. Esse ano, a pesquisa traz uma lupa sobre as percepções dos líderes de energia sobre áreas de risco, oportunidade e prioridades de ação mudaram radicalmente nos últimos 12 meses, em decorrência da pandemia de covid-19.

O relatório traz uma análise por região geográfica e global sobre as grandes áreas do setor de energia com a incerteza sobre as tendências econômicas aumentando em um terço em relação ao ano anterior, há também um foco crescente na agenda social associada a uma transição energética mais rápida.

Outra constatação é sobre a maior conscientização do impacto social e humano da recuperação e da transição energética mais ampla. Mostra ainda que a questão da acessibilidade energética subiu na lista de prioridades da indústria, com seu impacto e incerteza percebidos 20% maiores do que um ano atrás. A acessibilidade energética afeta a sociedade em todas as geografias, desde os moradores das cidades nos países desenvolvidos até os pobres das áreas rurais nos países em desenvolvimento.

Simultaneamente, continua a entidade, a publicação detalha o surgimento de uma nova geração de serviços de energia digital e empreendedores de energia. As tecnologias mais ágeis e disruptivas aproveitaram a convulsão social para ganhar participação no mercado às custas de soluções de energia centradas no fornecimento. Há um foco crescente em soluções voltadas para a demanda centradas no cliente e nos padrões de mudança rápida da demanda global e local.

Em comunicado, a secretária-Geral da entidade, Angela Wilkinson, destacou que mesmo antes da crise sanitária, o conselho já havia começado a ver o surgimento da agenda de energia social. Em sua análise, uma consequência dessa crise de saúde é que ela colocou as pessoas no centro da conversa sobre a transição energética global e deu à humanidade uma voz mais clara em um debate de outra forma polarizado e fragmentado.

E ainda, que os resultados do relatório também indicam que as tecnologias de redução de carbono surgiram como outra grande área de incerteza, com 40% dos entrevistados identificando a questão como altamente ou altamente incerta. Com a utilização de captura de carbono em grande escala e implantação de armazenamento (CCUS) ainda para decolar, e um amplo espectro de compromissos nacionais e corporativos líquidos zero, há uma incerteza significativa sobre como encontrar um equilíbrio entre a descarbonização da economia global e, simultaneamente, garantir que as necessidades humanas sejam atendidas durante a recuperação.

América latina e Caribe

Segundo o recorte do relatório sobre a América Latina e o Caribe, as tendências econômicas e o ambiente para investimentos são dois principais pontos que preocupam a base que participou da pesquisa. Ainda citam políticas de comércio e investimentos, bem como o design de mercado e o fornecimento de energia. Esses itens aparecem com alto grau de incertezas.

Na base do gráfico, com baixo nível de incertezas e que estão entre as prioridades figuram eficiência energética, fontes de geração renováveis, sistemas descentralizados, entre outros. Esse cenário leva em consideração o fato de que na região já há um alto índice de fontes renováveis.

“Com um sistema de energia já amplamente descarbonizado e a falta de uma base industrial pesada contribuindo para as emissões, a região tem voltado sua atenção para a implementação de transporte nas grandes cidades para atender às metas climáticas”, aponta o relatório.

Mas de uma forma geral, há tendências que podem ser aplicadas a todas as regiões do mundo. Os níveis de incerteza prevalecem em 2021 em decorrência da continuidade da pandemia, com ressurgimento da covid-19 no final de 2020. Esse fator tem levado países a buscar a reintrodução de medidas rigorosas de mitigação colocando pressão sobre a economia global ao longo deste ano.

Consequentemente, continua o relatório, essa situação tem o potencial de impactar a transição energética, por meio de disponibilidade limitada de capital e continuou a reduzir a confiança dos investidores. Por outro lado, surge a oportunidade de usar o período de recuperação pós-pandemia para resolver os desequilíbrios sociais expostos pela crise e permitir uma transição inclusiva de energia limpa.

E recomenda que governos e indústria, em parceria com a sociedade civil, devem compreender a oportunidade de fornecer ferramentas de política, estruturas e mecanismo de apoio econômico para avançar economias mais resilientes e mais fortes na esteira da pandemia. E indica que as soluções de energia digital de baixo carbono são fundamental para conseguir alcançar esse ponto.